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Mostrando postagens de agosto, 2012

O cerco às religiões Afro - Brasileiras

Em novembro de 2003 eu estava em Goiânia visitando meu pai, que morava perto do Parque Vaca Brava, um cartão postal da cidade. No belo lago do parque estavam em exposição estátuas de Orixás. Era uma comemoração ao dia da Consciência Negra, celebrado no dia 20. Fiquei então sabendo que os evangélicos da cidade tinham feito dois protestos no mesmo parque, e que tinham ido em comitiva exigir do prefeito a remoção das estátuas. O prefeito rechaçou os argumentos dos pastores e decretou que a exposição permaneceria no parque até a data prevista para a sua remoção: 10 de janeiro. E como era a exposição, do ponto de vista puramente estético? Era linda. Fui visitar o parque algumas vezes à noite, quando os Orixás recebiam uma iluminação artificial e pareciam passear sobre as águas do lago. Essa exposição das obras do artista plástico Tatti Moreno ( http://www.tattimoreno.com.br/ ) já havia percorrido várias capitais, mas Goiânia teve o privilégio de iniciar uma campanha sórdida de intol

Lembranças do son(h)o

Um problema que me persegue é o fato de eu raramente me lembrar do que sonho, e eu sonho bastante. Me lembro de que quando eu era um engenheiro projetista costumava sonhar com a solução de um problema que não conseguia resolver. Mais de uma vez a solução veio no sonho. Resolvi estudar um pouco o assundo, de forma superficial (mas nada tanto assim), e cheguei a conclusões interessantes. Normalmente a maior parte do que sonhamos é imediatamente esquecida tão logo despertamos. A quebra do limite entre a realidade e a fantasia só se dá em situações de privação de sono, quando as alucinações parecem tão reais quanto as sensações do dia a dia. As palavras que você troca com os personagens do sonho são relembradas como um acontecimento normal. Entendo que, sob estas condições, as pessoas com as quais você convive no sonho são tão "autênticas" quanto as da vida real. Acho então que era isso que ocorria comigo quando ia pra cama com a cabeça cheia de problemas sem solução com meus

A Imortalidade

Voltemos ao assunto que gerou o nome deste Blog, o Ceticismo, hoje abordando a Imortalidade. O livre pensador americano Robert Ingersoll, grande defensor do agnosticismo, dizia que "a única evidência, pelo que sei, a respeito de outra vida é, primeiro, que não temos nenhuma evidência; e, em segundo lugar, que lamentamos não tê-la e adoraríamos ter".   Por outro lado, o filósofo irlandês George Berkeley dizia que "posso facilmente superar qualquer dor momentânea presente quando penso que está em meu poder ser feliz por mil anos a partir de agora. Não fosse por esse pensamento, preferiria ser uma ostra a ser um homem". Isso quer dizer que existem pessoas que não conseguem encarar este mundo sem uma estrutura de crença na imortalidade, e é porisso que existem milhares de organizações religiosas no mundo, todas elas alardeando o conhecimento exclusivo do que nos espera após a morte. Segundo Sócrates, a sabedoria só é atingida quando conseguirmos nos afastar do temor