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Mostrando postagens de outubro, 2012

A Forma e o Conteudo

Estava assistindo na GloboNews à entrevista de uma pessoa extremamente simpática, o imortal alagoano Ledo Ivo. Ele a certa altura disse que a mídia era em parte responsável por essa pobreza que grassa nas nossa língua portuguesa, talvez até em todas as línguas. Deu como exemplo o uso do verbo "patinar" no lugar de "patinhar". Uma candidatura, um time, não "patina", ele "patinha", anda como pato. Se uma candidatura "patinasse" ela iria muito bem. Pois bem, enquanto aguardava no aeroporto de Goiânia que a minha sina decorrente do apagão em Viracopos fosse resolvida, comprei o livro "Guia Politicamente Incorreto da Filosofia - Ensaio de Ironia", de Luiz Felipe Pondé. Foi dessa leitura que eu resolvi fazer esse Post. Eu concordei com tudo o que li, logo, o seu conteúdo para mim é irrepreensível. Só achei que a forma como ele foi escrito a mim pareceu precipitada. Ele merecia uma revisão mais apurada. Vou citar dois exemplos:

A Incompetência e a Irresponsabilidade

Abro o Estadão de hoje, 17/10, e leio a manchete: "Viracopos estuda ter kit de resgate de avião". As barbaridades estão à flor da pele. Vou transcrever algumas delas: A concessionária Aeroportos Brasil estuda a possibilidade de comprar um equipamento de resgate de aeronaves quebradas na pista, o recovery kit. O equipamento custa cerca de R$ 4 milhões. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abriu procedimento para averiguar o plano de emergência do terminal, que determina quais procedimentos devem se tratados em casos como este. A ANAC ameaça suspender as atividades da Centurion Cargo Airlines, dona do avião acidentado. Para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) as ações seguiram o que diz o plano de emergência. A Aeroportos Brasil confirmou que as obras de construção da segunda pista terão início no segundo semestre de 2014, com operação prevista para 2017. O recovery kit foi alugado da TAM pela Centurion para remover o MD-11. O equipament

O Professor De Masi

No ano 2.000 eu ganhei um livro de autoria do Professor Domenico De Masi, um intelectual italiano que alcançou uma certa fama pelas suas idéias revolucionárias no campo da sociologia. Chamava-se " O Ócio Criativo ", Sextante, 2.000 e era resultado de uma entrevista que ele deu a uma repórter, Maria Serena Palieri. O livro-entrevista foi um sucesso, graças á grande sintonia entre entrevistadora e entrevistado. Em seu primeiro capítulo, "Sessenta Milhões de Anos sem Indústria", é feito um resumo da civilização até o advento da sociedade industrial. É muito provável que tenha sido o capítulo de livro onde eu mais aprendi, mais concordei com o que tinha lido. Isso me leva a abusar um pouco da paciência de vocês e tentar resumir o que me foi transmitido. Vamos por partes: 1 - O primeiro longo período humano durou perto de setenta milhões de anos e acabou há cerca de 700 mil anos. Nele o homem aprendeu a andar ereto, a falar, a educar seus descendentes . Uma coisa que

O Objetivismo na Política Americana

Em 1963 eu tive a sorte de ser aprovado no vestibular do ITA. Sorte porque, filho de um médico funcionário público federal em Goiânia, aos 15 anos decidi que continuar a minha existência por lá me levaria inevitavelmente a um dia a dia que eu talvez não fosse capaz de suportar. A primeira etapa foi ser aprovado no exame para a Escola Preparatória de Cadetes do Ar, onde fiquei por dois anos; eu queria ser piloto de caça. Um problema congênito no coração descoberto no exame de saúde para o vôo solo me tirou essa possibilidade. O jeito foi ser engenheiro. No fim do primeiro ano do ITA, eu tinha que apresentar um trabalho final do curso de Lógica, ministrado pelo professor Leônidas Hegemberg. Estávamos às vésperas do golpe militar e a política no meio universitário fervia. Resolvi então consultar na biblioteca alguma coisa que contestasse o lugar comum vigente e trabalhar em cima de uma proposta alternativa. Encontrei quase por acaso uma autora de quem eu nunca tinha ouvido falar: Ayn