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Mostrando postagens de maio, 2014

O Mistério da Existência

Estava dia 12 de maio em um dos piores aeroportos do Brasil, o de Goiânia, sobre o qual já falei em Post anterior. Tudo lá é acanhado e feio, o que inclui o puxadinho de embarque, de onde podemos ver, do outro lado da pista, o esqueleto do novo terminal, embargado pelo Ministério Público por superfaturamento. Mas para minha surpresa dei de cara na minúscula revistaria com um livro que de imediato chamou minha atenção: "Por que o Mundo Existe?", de Tim Holt, Intrínseca. Dei uma folheada no livro e vi que ele tratava de um assunto que vem despertando a minha curiosidade desde quando criança. Havia apenas um exemplar e resolvi comprá-lo. A minha fila de livros a serem lidos está crescendo, mas eu não tinha nada pra ler e a revista da Azul já tinha sido devorada na viagem de ida. Imediatamente me identifiquei com o autor, já que o mistério da existência tem me perseguido desde a infância. Já se disse que a pergunta "por que existe algo e não apenas o nada?" é profun

Sobre a Produtividade

Na década de 1990 eu viajei muitas vezes para Miami, com o objetivo de fechar propostas de infraestrutura ótica para as operadoras de telecomunicação nacionais. Minha empresa tinha uma parceria com a Northern Telecom, canadense, que hoje não existe mais, mas que tinha o sua divisão CaLA (Caribe and Latin America (vejam a importância que a América Latinha tem para os gringos: em seguida ao Caribe)). O escritório da NorTel era ao norte de Miami, e eu costumava me hospedar em Miami Lakes, um bairro muito bonito à direita da Palmetto Expressway. Numa dessas viagens eu peguei um enorme engarrafamento na entrada da Miami Lakes Drive, o acesso ao bairro, devido ao fato de que estava sendo inciada a duplicação da rua. Era uma segunda feira e eu ia ficar em Miami Lakes por toda a semana. Fui dormir preocupado com isso, mas ao acordar no dia seguinte percebi que a duplicação estava completa, com tudo funcionando, inclusive a sinalização. O serviço, com extensão de 2 km, foi feito em menos de 10

O Capital no Século XXI - Um livro que não vou ler

Os periódicos do mundo inteiro estão se debruçando em cima de um fenômeno que invadiu as livrarias americanas: a tradução para o inglês de um livro do francês Thomas Piketty. Ele vendeu em um mês mais do que qualquer livro de economia da Harvard University vendeu ao longo dos seus 101 anos. Ele também liderou os pedidos da Amazon por várias semanas, e acabou por se tornar um assunto viral em todos os blogs que tratam de economia. O que me leva no entanto a não me sentir motivado a comprar a versão inglesa, ou mesmo esperar pela versão portuguesa, é o fato de que o muito que já li a respeito dele ser frontalmente contrário a tudo o que acredito nesse assunto. Poderia resumir a minha convicção com um argumento bem simples: as soluções propostas pelo autor estão em plena sintonia com o ideário das alas mais retrógradas da atual administração do PT, e como é sabido que em matéria de economia o PT não sabe nada, ponto final. Mas vamos nos aprofundar um pouco mais, já que a Veja, o Estad

A Próxima América (Os Próximos Estados Unidos)

Semana passada eu comentei um Post de 2012 que fez grande sucesso neste Blog: A Pirâmide Etária. Hoje nós vamos falar de outra Pirâmide Etária que pela sua importância política, está levando os Estados Unidos a uma espécie de cisão social. No dia 10 de abril passado o Pew Research Center, respeitado instituto americano de pesquisa social, publicou o artigo "The Next America", que é um resumo do livro de Paul Taylor, um pesquisador do instituto. De acordo com o autor os Estados Unidos estão no meio de dois dramas que se processam em câmera lenta: a sua população está se tornado de maioria não branca, ao mesmo tempo em que os idosos estão aumentando a sua participação. O fato de estas duas mudanças estarem ocorrendo simultaneamente vai acarretar em uma enorme pressão na política, nas famílias e nos programas sociais. Em 2060 a pirâmide etária americana vai se transformar praticamente em um retângulo. Haverá tantos americanos acima de 85 anos quanto abaixo de 5, e isso é o r