Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2017

A Inflação de 6,29%

Quando o IBGE anunciou a inflação oficial de 2.016, o chamado IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o que mais se ouviu foi algo do tipo: "essa inflação não é a minha". É verdade, essa inflação dificilmente será a de algum dos mais de 200 milhões de brasileiros. Só que é preciso que se entenda o que o IBGE faz para chegar a esse número, e a declaração acima não pode de forma alguma conter qualquer tentativa de suspeição a respeito da lisura do IBGE. Se chegarmos a esse ponto, como acontecia na Argentina dos Kirchner ou acontece na Venezuela, realmente teremos atingido fundo do poço. Vejamos como o IBGE chegou a esse número. O trabalho é enorme: ele pesquisa o preço de 373 produtos, que vão desde o arroz até o aluguel de DVD, em apenas 13 cidades: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Goiânia, Vitória e Campo Grande. Se você por exemplo mora em Manaus, uma cidade enorme, ou melhor, se

As Perspectivas para 2.017

Sou um leitor assíduo da coluna da Mônica de Bolle no Estadão. Aliás, devo dizer que desde muito tempo deixei, em função da linha política do seu concorrente, de ler qualquer outro jornal, à exceção do Correio Popular local, que é muito bom. Estou muito velho para me dar ao trabalho de confrontar linhas de pensamento e resolvi ficar com a minha. E leio o Estadão e a Veja, além do Correio Popular.  A equipe de colunistas do Estadão sempre me surpreende, e a Mônica é uma colunistas que eu mais aprecio. Ao ser convidada para escrever sobre a retrospectiva do ano de 2.016 no Caderno de Economia de 25/12, do qual fizeram parte entre outros Gustavo Franco, Amir Khair, Affonso Celso Pastore e Albert Fishlow, ela preferiu fazer uma Retrospectiva 2.017!! Atribui-se a Pedro Malan a expressão "no Brasil até o passado é incerto", talvez em função dos esqueletos que ele herdou dos governos anteriores. Acho que se fosse ele o condutor da economia nos dias de hoje ele iria dizer que &qu

O Pós Humanismo

A Revista Veja de 28/12 nos brindou com uma série de artigos da melhor qualidade a respeito dos mais variados assuntos. De todos eles o que mais me chamou a atenção foi o "Adeus ao Livre Arbítrio", do historiador israelense Yuval Harari, o qual vou tentar resumir neste Post. Pelo que entendi do artigo, a nossa civilização ocidental poderia se caracterizar por possuir ao longo da sua história duas correntes distintas no que diz respeito às normas que controlam as nossas decisões: A corrente que podemos chamar de dogmática, na qual a autoridade provém de Deus e as nossas decisões estão baseadas na Bíblia para os cristãos e judeus, ou no Corão para os islamitas, as três religiões monoteístas que dominam as sociedades ocidentais. As opiniões dos sacerdotes da Jerusalém antiga ou de Meca seriam as balizas que nos levariam a todas as decisões necessárias para termos uma existência "feliz". É importante notar que nos dias de hoje essa fase dogmática ainda tem uma enorm

A Reforma Trabalhista

O Caderno de Economia do Estadão de 26/12 traz uma reportagem da maior importância a respeito da Justiça do Trabalho no Brasil. Segundo ela, apenas em 2.016 o País ganhou 3 milhões de ações trabalhistas. O jornal já tinha previsto esse número em 10/05, dizendo que ele iria significar um aumento de 13% em relação às 2,66 milhões de ações em 2.015. É claro que o ingrediente que causou esse aumento foi a crise econômica, mas o presidente do TST, Ives Granda Martins, soma a esse fato a dificuldade que terá em lidar com ele, devida à redução de 90% nas despesas de investimento e de 29,4% nas de custeiro no orçamento da Justiça do Trabalho. Não existe da parte dos responsáveis por essa verdadeira jabuticaba nenhuma iniciativa no sentido de mudar a forma como esse assunto é tratado no Brasil. Os principais motivos que levam a esse número astronômico são a cobrança de verbas rescisórias, o pagamento de horas extras, o adicional de insalubridade e o recolhimento do FGTS. Mas a coisa não par