Ao me aproximar do ocaso da vida, é hora de avaliar o que fiz de bom e de ruim nos quase 81 anos que já vivi, e o que deixei de fazer de forma a tornar mais tranquilo este curto fim de vida que ainda acho que tenho. Dias atrás estava em uma mesa de bar e não sei por que deixei escapar o fato de ter cursado uma boa escola de engenharia, em que pese não ter na época o perfil típico daqueles que conseguiam o ingresso a ela. Um membro da mesa, conhecido ricaço do bairro, me questionou a respeito de eu ter estudado tanto e não ter conseguido chegar perto do que ele chegou em termos de patrimônio. Isso mesmo, com palavras um pouco mais amenas. Uma coisa que sempre me perseguiu foi a necessidade de olhar a espécie humana com uma visão um pouco além daquela que o sociólogo Sérgio Buarque de Holanda definiu como CORDIAL. Segundo ele o homem precisa "viver nos outros" para poder expandir o seu ser na direção do SOCIAL. Isso, olhando para trás, não saiu barato para a nossa família do po
Recebi do meu amigo José Paulo um artigo instigante: "Rentismo, o novo modo de produção" , do professor Ladislau Dowbor, da PUC-SP, publicado pelo boletim da Associação dos Engenheiros da Petrobrás. Ele é tão em consonância com aquilo que penso que combinei com meu amigo fazer um resumo daquilo que o Professor Dowbor com muita competência transmitiu. O autor traça uma trajetória do Capitalismo a partir do seu estabelecimento e dos fundamentos teóricos criados em torno dele desde sua expansão. Tudo gira em torno de se criar um mecanismo que gera a reprodução do capital. O capitalista tem uma empresa, cujo produto ele vende para outras empresas, as quais vão produzir bens que eventualmente serão vendidos no mercado. O lucro resultante desta cadeia de produção será aplicado em mais capacidade produtiva, mais capital. O lucro proveniente desta cadeia é resultado da venda por um preço superior aos custos dos insumos necessários à produção, mais os salários dos trabalhadores envolv