Em 29/01/1961 eu tinha 17 anos. Era aluno da Escola Preparatória de Cadetes do Ar e ia ser transferido de Barbacena para o Campo dos Afonsos no Rio de Janeiro, e estava em Goiânia passando férias. Mas o meu pensamento estava em Carolina-Ma, onde estava programado um evento muito importante: a inauguração da tão esperada ponte sobre o rio Tocantins no povoado do Estreito, então pertencente ao município de Carolina. Carolina habitava e ainda habita o meu imaginário pelo fato do lado paterno da minha família ser de lá, e meu lado materno ser de Marabá-Pa. A elite de Carolina se deslocou para o Estreito porque a ponte seria inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek. A ponte seria a coroação da promessa de Juscelino de ligar Brasília a Belém por via térrea. Muita história foi inventada desta grande festa, muitos "causos" foram criados, dos quais escolhi dois:: Causo 1: Teria havido a apresentação de um repentista que, ao saber do nome do Presidente, a iniciou com est...
Abro a Wikipedia à procura da definição do assunto que escolho para este Post e encontro: Patrimonialismo, ou Estado Patrimonial, é uma forma de organização política onde a autoridade estatal é fundamentada principalmente no poder pessoal exercido pelo governante. Foi muito comum tanto nas monarquias como nas repúblicas pré modernas. O termo, Patrimonialstaat, foi criado por Max Weber, sociólogo alemão, quando se referiu aos Estados sem distinções entre os limites do público e os limites do privado. Já o motivo que me leva a provocar uma reflexão sobre este assunto vem de artigos recentes que sugerem que o mundo está rapidamente regredindo para esta forma de governança, como se não bastassem os problemas que ele já tem. Uma característica importante do chamado Patrimonialismo moderno é que a fala do líder parece conter muito mais retórica desprovida de sentido que importância política. Isso traz uma certa tranquilidade à parcela da sociedade que acha desnecessário acre...