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Mostrando postagens de setembro, 2012

As eleições americanas

Já falamos desse assunto anteriormente, mas a proximidade da data da provável reeleição do Obama me faz voltar ao mesmo. Sabe-se que os presidentes americanos não são escolhidos pela maioria absoluta dos votos válidos, mas sim pelo Colégio Eleitoral, uma entidade criada especificamente para definir em que candidato cada um dos 50 estados vai votar, através de delegados nomeados para tal. É tradição que os delegados votem na sua totalidade para o candidato que ganhou a eleição no estado, porém isso não é impositivo. Ao todo são 538 delegados divididos entre os 50 estados. Tomemos como exemplo o estado mais importante e populoso, a Califórnia. Com 36 milhões de habitantes, ele contribui com 55 delegados ou votos, o que dá uma média de 1 delegado para cada 655 mil habitantes. Já um estado pequeno como Delaware, com 853 mil habitantes, tem 3 delegados, o mínimo previsto em lei, o que dá uma média de 1 delegado para cada 284 mil habitantes. Vê-se então que cada habitante de Delaware val

Um pouco de História II

A Coluna Prestes se aproxima de Carolina. Os homens responsáveis pela cidade, cientes do rastro de crimes que essa força revolucionária deixava pelas cidades por onde passava, receberam dois oficiais que vieram em companhia do carolinenese Hildebrando Rodrigues, emissários do Comando Revolucionário. Meu tio Rossini Gonçalves Maranhão descreve com minúcias essa passagem em seu livro "Carolina meu Mundo Perdido" (1971), de onde eu tirarei as informações a seguir. Meu avô Diógenes Gonçalves de Souza, junto com mais dois cidadãos proeminentes da cidade responderam ao Comando Geral com a seguinte carta: "Os membros do Partido Republicano Maranhense, representados pelos signatários da presente missiva, sabendo aproximarem-se da heróica terra de Elias Barros forças do Exército Libertador, dirigem-se ao Comando Geral das mesmas, saudando-os em nome do bom povo desta cidade que, de coração genuflexo, aguarda a vinda dos bravos defensores da República sã e moralizada. Apesar

Um pouco de História I

A crença comum é a de que a História é uma fotografia das épocas passadas. Isso está longe da verdade: a História é uma interpretação feita pelo historiador, a serviço dos poderosos, do passado de uma sociedade, com a intenção de moldar a época presente. Embora a minha família tenha raízes em uma região escondida do sul do Maranhão, o acaso fez com que ela viesse a ser coadjuvante de dois episódios importantes da História do Brasil cuja versão oficial é uma total distorção daquilo que relamente ocorreu: a Guerra da Borracha e a Coluna Prestes. Hoje vou tratar da Guerra da Borracha, mais recente, mas da qual estou melhor documentado, já que meu Pai Abílio foi um soldado da borracha. Ele faleceu em outubro passado, mas eu consegui há quatro anos registrar a sua passagem pelo Exército da Borracha. O rascunho do que escrevi está abaixo: Meu Pai nunca quis falar da sua aventura em Rio Branco, Acre, no período em que foi convocado para o Exército da Borracha. Dessa vez, aos 97 anos e

Sobre Bruxas

Segundo Tutty Vasques em sua coluna "Humor"  no Estadão de 14/09, "com uma câmera na mão e uma idéia de jerico na cabeça, qualquer maluco hoje em dia pode tocar fogo no mundo via YouTube. É a derrota do homem-bomba". Está ele falando do filme "Inocência dos Muçulmanos", que ridiculariza o profeta Maomé e causou toda essa revolta que estamos acompanhando na mídia. Quem está por trás disso tudo, o autor do filme segundo investigações preliminares, é um tal Nakoula Basseley Nakoula, cristão copta, que se apresentava como Sam Bacile, judeu israelense, e que já cumpriu 2 anos de detenção por crimes financeiros e uso de identidades falsas. Os cristãos coptas representam 10% da população egípcia e a sede da igreja é em Alexandria. Segundo a tradição esse ramo segue os ensinamentos de São Marcos, dissidente de Pedro quanto aos rumos do cristianismo no seu nascedouro.  Já o islamismo foi fundado por Maomé no ano 622, sendo portanto seis séculos mais novo que o

A Arte da Guerra

No início do ano recebi de presente do meu amigo De Assis o livro "Sobre a China", de Henry Kissinger. Trata-se de um livro de memórias sobre as mais de 50 viagens que este diplomata fez à grande potência oriental, no decorrer das quais são descritas as tratativas que levaram os Estados Unidos a se reaproximarem da China. A meu ver é leitura obrigatória na época em que vivemos, de grande dependência da Chima na definição dos rumos da economia global. Os capítulos iniciais trazem um breve e bem feito resumo da história da China. Mais uma vez li a respeito das diferenças entre a civilização ocidental e a oriental. Se observa que em raríssimas exceções os chineses se arriscaram em travar guerras definitivas, mas sim preferiram manobras de longa duração. O choque decisivo ocidental era substituido pela sutileza e o acúmulo de vantagens. Essas diferenças são constantemente exemplificadas ao se compararem os dois jogos de estratégia de cada civilização: o go e o xadrez. Enquanto