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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Sobre a Tortura

Muito se tem falado nesses dias sobre a Tortura, a meu ver de forma positiva. Comecemos pelo relatório final da Comissão da Verdade, a qual está sendo chamada com certa propriedade de Comissão da Meia Verdade. Foram mais de 4 mil páginas que descrevem com detalhes os crimes cometidos durante o regime militar brasileiro. Ela não traz novidades, mas é um documento cuja abundância de detalhes o torna a memória do que ocorreu nos porões durante os anos negros por que passamos. Pena que o posicionamento ideológico do seu corpo a tenha impedido de olhar o outro lado, já que houve excessos também da parte dos grupos de esquerda, que mataram 121 pessoas (o número de mortos pelas forças de repressão é um valor de uma elasticidade impressionante, que pode variar de 177 a 1196, dependendo da ideologia de quem está falando). Já o relatório do Senado Americano é focado apenas no papel da CIA na guerra ao terrorismo. Ele descreve de forma estarrecedora os métodos utilizados, e me chamou especial

Chegou a Hora da Petrobras

Em entrevista antológica à revista Época de 08/12, o desembargador Fausto De Sanctis chegou de forma rápida e clara ao veredicto que eu venho ruminando há anos. Para ele, "os fatos praticados pelas empresas envolvidas na Lava Jato são gravíssimos e, se confirmados, as consequências previstas em lei são a suspensão das atividades, a perda dos bens e a dissolução, se for o caso. Se o objeto de uma empresa é a prática criminosa, ela tem que ser encerrada. Essa tem que ser a resposta. O país não parará, ele já parou há muito tempo. Não temos sistema de saúde ou educação, estão parados! A gente só finge que eles existem". Pra mim está claro que ele está se referindo principalmente à Petrobrás, não apenas às empreiteiras que há décadas fazem a ponte pedagiada entre as empresas estatais e os donos do poder. Mas aí surge um problema: nossa incompetência em ver o óbvio, e nesse caso o óbvio é que as estatais não morrem por definição, e não morrendo não têm compromisso com a sua sa

Sobre a Sete Brasil

A Veja desta semana, a de 03/12, na sua coluna intitulada Radar, lançou uma isca para um peixe que há muito estou querendo ver na rede. Disse ela: " Não está fácil - A Sete Brasil parou de pagar os fornecedores há trinta dias." Meses atrás eu cheguei a enviar um e-mail para um repórter da revista que eu mais admiro (a revista e o repórter), sugerindo que esta empresa fosse investigada (embora a nossa presidentE entenda que a mídia não tem nada que investigar). Não recebi resposta mas tenho a ilusão se que alguém leu o meu e-mail. Mas de que empresa estamos falando? Vamos recorrer à Wikipédia. Diz ela: "Sete Brasil  é uma empresa brasileira de investimentos criada em  2011  e especializada em gestão de  portfólio  de ativos voltados para a exploração na  camada pré-sal   . Formada por um grupo de investidores que reúne  fundos de pensão , bancos, fundos e empresas de investimento nacionais e internacionais e a  Petrobras , em pouco tempo de existência tornou-se

O Iluminismo e a redenção do pensamento

É "religiosamente" pontual o aparecimento na nossa caixa de correio de um livreto da Igreja Presbiteriana intitulado "Cada Dia". Com tiragem declarada de 700 mil exemplares, o chamado Devocionário Cada Dia tem por finalidade proclamar o Evangelho, e está a cargo do ministério Luz Para o Caminho, que além do livreto faz uso da televisão, do rádio, do telefone, das redes sociais e de uma coleção de livros. Me chamou atenção na edição de Natal que acabamos de receber uma página que trata do Iluminismo. Isso porque eu estou justamente lendo um livro maravilhoso que trata do mesmo assunto: "Os Ossos de Descartes - a História do Esqueleto por trás do Conflito entre a Fé e a Razão", de Russel Shorto, Editora Objetiva. Vou reproduzir aqui, talvez correndo certo risco, o que diz o Devocionário: A conclusão a que chega o autor desse artigo é a de que o Iluminismo foi a pior coisa que poderia ter acontecido para a religião. As luzes do conhecimento não fizer