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Mostrando postagens de 2012

Cherchez la Femme

Alexandre Dumas Pai cunhou essa frase em seu livro Les Mohicans, em 1854: Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu'on me fait un rapport, je dis: 'Cherchez la femme'. cuja tradução seria: Há uma mulher em todos os casos; assim que me fazem um relatório, eu digo: 'Procure a mulher'. Ela se tornou um espécie de lugar comum das investigações. Seja qual for o problema, sempre há uma mulher por trás dele, e ela é o alvo mais vulnerável. Por outro lado a Grã Bretanha, berço da liberdade ocidental, está envolvida numa tentativa de criar mecanismos de controle da mídia. Isso porque a imprensa sensacionalista inglesa chegou a níveis de despudor que chegam a interferir de forma a prejudicar investigações policiais. O Diogo Mainardi, no programa Manhatan Connection, afirmou ser contra essa iniciativa, e lamenta que o Brasil não enfatize esse tipo de imprensa, já que se ela existisse no Brasil o caso do Bebum de Rosemary já teria sido destampado há anos.

O Capitalismo de Estado no Brasil I

Tenho como regra não colocar minhas parcas economias em nenhum banco público. Já tive contas no banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal, e a conclusão a que cheguei foi que para ser atendido por funcionário público basta o que tenho que passar nas filas dos postos de saúde, do INSS, do Ciretran, e outros quetais. Devo ressalvar aqui o excelente atendimento que me proporciona o Poupatempo, a perfeita idéia de Mário Covas que tem sido copiada por outros governos tucanos, como por exemplo o Vapt Vupt em Goiás. Em 2006, uma pesquisa do IBOPE revelou que 99% dos usuários aprovaram o atendimento prestado no Poupatempo, um verdadeiro milagre nesta selva burocrática dos serviços públicos no Brasil. Pois não é que, lendo o Estadão, fiquei sabendo que a Caixa já investiu este ano 797 milhões de reais em mídia, num crescimento de 88,1% em relação a 2011? Enquanto isso o Itaú, o maior banco privado do país, investiu 334 milhões, ou 42% do investido da Caixa. Haja Camila Pitanga para nos cha

Sobre mim mesmo

Um sambinha na Praia das Toninhas neste fim de semana me rejuvenesceu. Ficou de lembrança palpável apenas um filme feito pelo celular de um rapaz de Bauru que o nosso grupo conheceu na praia: http://www.youtube.com/watch?v=wDRewl19x0U&sns=em É bom chegar no limiar dos 70 anos e ver que não existe nada na minha vida que eu não tivesse almejado e conquistado. Tudo aquilo que eu quis ter eu tive. Tudo aquilo que eu quis evitar eu evitei. Foi caminhando na praia que me veio à lembrança uma poesia do meu Pai Abílio, que ele me enviou às vésperas de completar 92 anos: CAMINHADA      ( 03/04/03) Venho de longe, muito longe e paro subitamente à beira do caminho, à sombra   amena de frondosa árvore onde, alegre, canta um passarinho. O sol envia   à terra os derradeiros raios, já bem perto da linha do horizonte. E o poente   vai   em fogo se tornando, como se as nuvens   fossem todas se inflamando. Estou só. E a solidão que me penetra a alma, a solidão que tanto

Sobre a Bíblia

Onze anos atrás tivemos o episódio das torres gêmeas, em que um punhado de loucos tocou fogo no mundo. O resultado foram duas guerras e milhares de mortos. Já recentemente se percebeu que para tocar fogo no mundo a Internet é muito mais barata e eficaz; basta um filme mambembe sobre Maomé. Ao ser indagado sobre o motivo de tamanha revolta contra o tal filme, "A Inocência dos Muçulmanos", um imã declarou que não era sequer necessário recorrer ao Corão. Bastava ler Levítico na Bíblia, Antigo Testamento. Resolvi então investigar do que trata esse livro, o terceiro da Bíblia. É talvez o livro mais importante no que tange as leis que regem o judaísmo: os rituais, as normas, o calendário litúrgico, e assim por diante. Nele são descritas as leis sanitárias e dietéticas, as regras sobre a Moral e a Sexualidade, a proteção contra as doenças. A tradição judaica credita a Moisés a autoria dessas regras, que lhe foram passadas diretamente por Javé. Já os cristãos sustentam que ele foi e

A Forma e o Conteudo

Estava assistindo na GloboNews à entrevista de uma pessoa extremamente simpática, o imortal alagoano Ledo Ivo. Ele a certa altura disse que a mídia era em parte responsável por essa pobreza que grassa nas nossa língua portuguesa, talvez até em todas as línguas. Deu como exemplo o uso do verbo "patinar" no lugar de "patinhar". Uma candidatura, um time, não "patina", ele "patinha", anda como pato. Se uma candidatura "patinasse" ela iria muito bem. Pois bem, enquanto aguardava no aeroporto de Goiânia que a minha sina decorrente do apagão em Viracopos fosse resolvida, comprei o livro "Guia Politicamente Incorreto da Filosofia - Ensaio de Ironia", de Luiz Felipe Pondé. Foi dessa leitura que eu resolvi fazer esse Post. Eu concordei com tudo o que li, logo, o seu conteúdo para mim é irrepreensível. Só achei que a forma como ele foi escrito a mim pareceu precipitada. Ele merecia uma revisão mais apurada. Vou citar dois exemplos:

A Incompetência e a Irresponsabilidade

Abro o Estadão de hoje, 17/10, e leio a manchete: "Viracopos estuda ter kit de resgate de avião". As barbaridades estão à flor da pele. Vou transcrever algumas delas: A concessionária Aeroportos Brasil estuda a possibilidade de comprar um equipamento de resgate de aeronaves quebradas na pista, o recovery kit. O equipamento custa cerca de R$ 4 milhões. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) abriu procedimento para averiguar o plano de emergência do terminal, que determina quais procedimentos devem se tratados em casos como este. A ANAC ameaça suspender as atividades da Centurion Cargo Airlines, dona do avião acidentado. Para a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) as ações seguiram o que diz o plano de emergência. A Aeroportos Brasil confirmou que as obras de construção da segunda pista terão início no segundo semestre de 2014, com operação prevista para 2017. O recovery kit foi alugado da TAM pela Centurion para remover o MD-11. O equipament

O Professor De Masi

No ano 2.000 eu ganhei um livro de autoria do Professor Domenico De Masi, um intelectual italiano que alcançou uma certa fama pelas suas idéias revolucionárias no campo da sociologia. Chamava-se " O Ócio Criativo ", Sextante, 2.000 e era resultado de uma entrevista que ele deu a uma repórter, Maria Serena Palieri. O livro-entrevista foi um sucesso, graças á grande sintonia entre entrevistadora e entrevistado. Em seu primeiro capítulo, "Sessenta Milhões de Anos sem Indústria", é feito um resumo da civilização até o advento da sociedade industrial. É muito provável que tenha sido o capítulo de livro onde eu mais aprendi, mais concordei com o que tinha lido. Isso me leva a abusar um pouco da paciência de vocês e tentar resumir o que me foi transmitido. Vamos por partes: 1 - O primeiro longo período humano durou perto de setenta milhões de anos e acabou há cerca de 700 mil anos. Nele o homem aprendeu a andar ereto, a falar, a educar seus descendentes . Uma coisa que