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Cherchez la Femme

Alexandre Dumas Pai cunhou essa frase em seu livro Les Mohicans, em 1854:

Il y a une femme dans toute les affaires; aussitôt qu'on me fait un rapport, je dis: 'Cherchez la femme'.

cuja tradução seria:

Há uma mulher em todos os casos; assim que me fazem um relatório, eu digo: 'Procure a mulher'.

Ela se tornou um espécie de lugar comum das investigações. Seja qual for o problema, sempre há uma mulher por trás dele, e ela é o alvo mais vulnerável.

Por outro lado a Grã Bretanha, berço da liberdade ocidental, está envolvida numa tentativa de criar mecanismos de controle da mídia. Isso porque a imprensa sensacionalista inglesa chegou a níveis de despudor que chegam a interferir de forma a prejudicar investigações policiais. O Diogo Mainardi, no programa Manhatan Connection, afirmou ser contra essa iniciativa, e lamenta que o Brasil não enfatize esse tipo de imprensa, já que se ela existisse no Brasil o caso do Bebum de Rosemary já teria sido destampado há anos.

Fui quase que forçado a mudar o planejamento dos meus "posts" para tentar transmitir o que eu entendo como o real impacto desses acontecimentos no nosso dia a dia. Ele a meu ver vai trazer resultados bem positivos para a sociedade. Para tanto basta dar aos fatos e seu devido valor.

Senão vejamos:
  • Segundo a Veja, em 2010 o então ministro da Defesa Nelson Jobin chamou a atenção de Dilma Rousseff para o fato de o agora famoso Rubens Vieira não possuir as mínimas qualificações para assumir uma importante diretoria da ANAC. A resposta foi: "o Lula quer". Visto sob um prisma alternativo, é isso o que costumamos chamar de "dar corda ao enforcado". Se havia alguma possibilidade de Lula resolver voltar a se candidatar, acho que esse episódio sepultou essa hipótese, e talvez até uma candidatura ao governo de São Paulo.
  • Outra possibilidade que se tornou nula foi a nomeação de mais um petelho para o Supremo Tribunal. A carreira do advogado - geral da União Luís Inácio Adams está devidamente encerrada.
Voltemos ao Alexandre Dumas. O que torna as mulheres tão vulneráveis é o que se tornou comum chamar de comportamento bovarista, adjetivo derivado de uma personagem do livro Madame Bovary, de outro grande escritor francês, Flaubert. Essa personagem, Emma, é uma burguesa que acaba por se matar por nunca conseguir trazer para a realidade os seus sonhos de grandeza.

Existe em toda mulher um pouco de Emma Bovary, sempre insatisfeita com a vida que leva: o envelhecimento, a solidão, a falta de meios para subir na escala social, normalmente levam as mulheres a creditar tudo isso à histórica submissão aos seus machos. Isso é uma grande mentira. A mulher é uma eterna insatisfeita, e essa característica a torna um elemento de extrema fragilidade. Logo, se você quer elucidar um caso, comece por investigar as mulheres envolvidas no mesmo. Acho que a Superintedência da Polícia Federal em São Paulo entende de Bovarismo.

É fato que o Lula sempre demonstrou uma tendência ao que podemos chamar de "sexocefalia". Os episódos passados falam por si. Você talvez não se lembre do nome Cesar Benjamin, mas se você for um sonhador que acha que boas intenções vão salvar o Brasil, é provável que já tenha votado nele: ele foi o candidato a vice presidente em 2006, na chapa da senadora Heloísa Helena. Antes disso foi o coordenador da campanha de Lula nas eleições de 1989, em que foi derrotado por Fernando Collor. Vejamos o que disse César Benjamin em artigo publicado pela Folha em novembro de 2009:

"... Lá pelas tantas, recebi um presente de grego: um grupo de apoiadores trouxe dos Estados Unidos um renomado marqueteiro, cujo nome esqueci. Lula gravava os programas, mais ou menos, duas vezes por semana, de modo que convivi com o americano durante alguns dias sem que ele houvesse ainda visto o candidato.
Dizia-me da importância do primeiro encontro, em que tentaria formatar a psicologia de Lula, saber o que lhe passava na alma, quem era ele, conhecer suas opiniões sobre o Brasil e o momento da campanha, para então propor uma estratégia. Para mim, nada disso fazia sentido, mas eu não queria tratá-lo mal. O primeiro encontro foi no refeitório, durante um almoço.
Na mesa, estávamos eu, o americano ao meu lado, Lula e o publicitário Paulo de Tarso em frente e, nas cabeceiras, Espinoza (segurança de Lula) e outro publicitário brasileiro que trabalhava conosco, cujo nome também esqueci. Lula puxou conversa: "Você esteve preso, não é Cesinha?" "Estive." "Quanto tempo?" "Alguns anos...", desconversei (raramente falo nesse assunto). Lula continuou: "Eu não aguentaria. Não vivo sem boceta".
Para comprovar essa afirmação, passou a narrar com fluência como havia tentado subjugar outro preso nos 30 dias em que ficara detido. Chamava-o de "menino do MEP", em referência a uma organização de esquerda que já deixou de existir. Ficara surpreso com a resistência do "menino", que frustrara a investida com cotoveladas e socos.
Foi um dos momentos mais kafkianos que vivi. Enquanto ouvia a narrativa do nosso candidato, eu relembrava as vezes em que poderia ter sido, digamos assim, o "menino do MEP" nas mãos de criminosos comuns considerados perigosos, condenados a penas longas, que, não obstante essas condições, sempre me respeitaram.
O marqueteiro americano me cutucava, impaciente, para que eu traduzisse o que Lula falava, dada a importância do primeiro encontro. Eu não sabia o que fazer. Não podia lhe dizer o que estava ouvindo. Depois do almoço, desconversei: Lula só havia dito generalidades sem importância. O americano achou que eu estava boicotando o seu trabalho. Ficou bravo e, felizmente, desapareceu.

César Benjamin não é o que eu poderia chamar de meu ídolo, mas eu tenho por ele um grande respeito e acho que ele jamais inventaria uma história dessas. Eu imagino que a sua convivência com Lula o fez perceber o monstro que ele tinha ajudado a cultivar, e resolveu tomar providências. A reação petelha foi implacável. Gilberto Carvalho, no dia seguinte ao arquivo, disse que  "isso é coisa de psicopata, só a psicopatia (?) pode explicar ... Não entendi porque a Folha publicou aquilo. Se a imprensa for por esse caminho é muito ruim". O publicitário Paulo de Tarso, citado por César Benjamin, confirmou o encontro com o americano Erick Ekwall, indicado pelo empresário Oleg Grajew, mas que "não compreendo qual a intenção do articulista em narrar os fatos como narrou (como disse, sequer me lembro de sua presença na mesa)". O assunto não progrediu.

Quando Fernando Collor fulminou Lula em debate com uma história que ninguém entendeu, ao dizer que Lula tinha em um apartamento um conjunto 3 em 1 (um trambolho "archaico" dos anos 80) que ele não conseguia ter na Casa da Dinda, todo mundo achou que Collor tinha pirado. Só que Lula desabou. Parece que o 3 em 1 não estava exatamente em seu apartamento. Olhe que isso aconteceu em 1989.

Homens importantes têm os mesmos defeitos dos homens medíocres. Miterrand tinha duas famílias. Clinton gostava de fumar charuto com a Mônica. Petraeus é um galinha que levava a amante para a frente de batalha. Até o FHC dava seus pulinhos. O que não se pode aceitar é trazer a amante para o centro do poder, deixar que ela se transforme em um trampolim para a facilitação de benesses de todo o tipo. A amante nesse caso tinha poderes para nomear e promover em nome do "chefe", e era por ele avalizada. Isso sim é inaceitável.

Para terminar uma foto auto explicativa de uma visita ao Peru:

NO PERU Luiz Inácio Lula da Silva (à dir.) em viagem ao Peru, em maio de 2008, com Rosemary no detalhe. Ela viajou 23 vezes ao exterior na comitiva do presidente (Foto: Celso Junor/Estadão Conteúdo)

Comentários

  1. A história vai sendo construida com todo tipo de monstro psicótico. Este se superou. Um monstro sem berço. Razões éticas não fazem parte do ideário revolucionário de esquerda e direita. Os fins justificam os meios para evangélicos e esquerdistas infantis. Um povo sem cultura e educação sem heróis éticos e inocente em sua ignorância. A juventude deveria se rebelar e provocar mudanças isto mas não tem os canais de expressão e os fundamentos para se sacrificar, impotente,um concursinho e nada mais interessa.
    Enquanto isto a terra vai aquecendo e logo vamos ter furacões nesta terra de Cabral. Trata-se de aproveitar enquanto dura? Não estamos vivendo um clima de fim de mundo? E se o fim do mundo não vier que fazer com um planeta aos cacos?
    Não vai ser nosso problema, em 2027, fui.

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