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A Mensagem da Claudia

Neste Sábado tenho como obrigação pessoal lançar mais um Post, o qual vai ser lido por um grupo de algumas pessoas que conheço e muitas outras que nunca vou conhecer. Nos últimos 7 dias o CeticoCampinas foi acessado pelo Brasil (32 vezes), Estados Unidos (28), Argentina (3), Alemanha (2), Hong Kong (2), França (1), Moçambique (1) e Portugal (1). Isso me coloca na situação de, a cada 3 semanas, me afastar um pouco do meu papel de revisor voluntário da Khan Academy e cumprir minha missão de atender a esses abnegados que insistem em ler os meus rascunhos. 

Houve época em que esses acessos dispararam e eu passei a receber centenas deles da Rússia e dos Estados Unidos, e isso me encheu de orgulho até eu desconfiar de que se tratavam de robôs. Mas tudo bem; eu preciso me programar para ter assunto. Afinal com esse já são 254 Posts, e eu tinha preparado um tema, que já está pronto, a respeito de Orçamento Familiar, o qual eu entendo que deve constar das preocupações de muitos brasileiros e "alienígenas".

Só que o COVID19 me convenceu a estocar esse assunto, e tentar apresentar algo que se relacionasse com essa pandemia que está nos mantendo num enorme estresse. Informações já existem e estão circulando de todas as formas possíveis. Mensagens motivadoras também, a ponto de serem apresentadas alternativas de entretenimento que foram disponibilizadas pelos canais de TV fechada. 

Pensei então em uma mensagem que pudesse trazer algum conforto; algo que partisse de alguém que passa por um problema parecido com esse há anos, de forma solitária, e que está olhado essa situação de uma forma diferente da nossa, porque convive com o seu universo agressivo há tanto tempo que já aprendeu a tratá-lo de forma a extrair dele o seu lado bom. 

Não foi difícil achar essa pessoa; ela convive comigo há 46 anos e já me deu dois netos maravilhosos. Ela acaba de dar o seu depoimento no Facebook, e eu estou autorizado a replicá-lo aqui:


"Quando a gente está aprendendo a meditar temos que focar no corpo, né? 
Começamos pelo couro cabeludo e vamos, centímetro a centímetro, descendo as percepções na pele, relaxando a musculatura, e criando consciência do agora.
Então, até nessa tarefa simples eu tenho dificuldade. Minha mente voa direto para históricos médicos que eu tive no cabelo, na testa, no olho, nariz etc, etc.
Não consigo evitar.
Então descobri que, ao invés de barrar este pensamento, eu devia era mergulhar nele e lembrar de TODAS as doenças que eu já tive na vida: piolho, caspa, cérebro lesionado, terçol, conjuntivite, miopia, entupimento de via lacrimal, rinite...e vai descendo...mastite, hepatite, joelho ferrado... . Faço isso sempre que tento meditar. Vou visitando cada parte do meu corpo e revivendo a sua história de enfrentamento, vitória e adaptação. Agradeço a cada pedacinho e reverencio o seu poder de cura.

Então passo a todos os traumas e os seus lugares no meu corpo. As perdas, as dores, os medos, as tristezas....e tudo sempre se organizou. Agradeço aos eventos e, de novo, reverencio as experiências emocionais desgastantes no meu corpo forte. Mais do que isso, agradeço e amo as pessoas envolvidas nestes dramas. Sem julgamento.
E é incrível como isso me sereniza e me fortalece. O corpo é foda. Nosso emocional é foda. Ele dá conta de muito. Este procedimento me coloca em estado meditativo por muito tempo e, mais do que tudo, me faz Deus.
Eu sou perfeita.
Sou poderosa.
Sou inteira.
Eu nunca fui doente nem vítima, só interagi com o mundo e vivi experiências.
Então passo subitamente a ser apaixonada pelo meu corpo e a querer cuidar dele.
Sou forte, portanto, sou capaz de ___________.
Posso completar a frase com muita coisa. Sou capaz de ficar: velha, infectada, sozinha, fraca, pobre, triste, feia, paralisada, etc.
Por que eu sei disso? Porque o meu corpo tem me contado há décadas.
Bom, escrevo essa bobagem como uma sugestão de atividade. Revisite as suas histórias de contratempos físicos e afetivos e reconheça a força gigante que você tem.
Sempre teve.

Ao me autorizar a publicar no meu Blog seu depoimento, Claudia pediu pra eu descobrir alguma palavra que substituísse de forma adequada aquela que ela usou duas vezes: foda. 
Tentei várias e não consegui fazer a frase tão impactante. Deixei assim. Me perdoem.
Claudia apresentou os primeiros sintomas da Esclerose Múltipla em 2.002 e fechou o diagnóstico em 2.007. Foi, através da Neurologia da Unicamp, enquadrada do protocolo oficial do SUS que preconiza o uso da droga Interferon. Em janeiro de 2.014 escrevi o Post "A Vitamina D", no qual descrevi o processo de migração que ela decidiu fazer ao mudar em 2.013 para o protocolo do Dr. Cícero Coimbra, o qual tem como base a ingestão de doses maciças desse hormônio. O Post teve 611 acessos e até hoje recebe visitas. 



Recomendo a quem tiver pessoas próximas com problemas de doenças autoimunes a ler o Post acima. É impressionante a forma como ela foi tratada quando decidiu mudar o protocolo, a ponto da fornecedora do remédio ter ligado para ela em Guapé, MG, onde morava. 

A maneira corajosa como ela descreve o caminho que tomou a sua vida, a ideia que ela lançou, me pareceram adequadas a ser divulgadas nesse Post. Espero que a sua leitura seja de alguma utilidade nesse instante pelo qual estamos passando.



Comentários

  1. "Sou forte, portanto, sou capaz de entusiamar." Assim eu complementaria a frase da Claudia. Isto porque ela tem em si uma energia capaz de tocar, de sacudir ... de levar Deus para dentro de outras pessoas.
    Reze por todos nós, Claudia, mais do que nunca, nestes tempos de coronavirus, precisamos muito da sua luz.

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