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Proposta para o Ministério dos Transportes, da Construção e dos Assuntos Urbanos

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES, CONSTRUÇÃO E ASSUNTOS URBANOS - PROPOSTA

Transporte e Mobilidade

"A mobilidade é uma condição essencial do crescimento econômico, do emprego e da inclusão social. O objetivo de uma política de transportes é, portanto, facilitar a mobilidade e torná-la sustentável. Todos nós precisamos de um sistema de transportes que seja eficiente e ambientalmente amigável, e que cada um dos modos de transporte seja articulado de forma eficaz".

O Brasil teve 5 Ministros dos Transportes nos 8 anos de Lula e já está no terceiro no governo Dilma, ou seja, são 8 ministros em 11 anos de governo. Há no entanto uma novidade: Alfredo Pereira do Nascimento foi Ministro 3 vezes (2004 - 2006, 2007 - 2007 e 2011), e Paulo Sérgio Passos repetiu a dose (2006 - 2007, 2010, e 2011- 2013). Anderson Adauto Pereira iniciou esse ciclo (2003 - 2004), e atualmente temos César Borges. o oitavo.

Paulo Sérgio Passos é servidor de carreira e no caso em questão foi uma espécie de regra três de Alfredo Nascimento. Toda vez que a coisa fedia demais ele era chamado para substituir o político Nascimento:


Precedido por
Alfredo Nascimento
Ministro dos Transportes do Brasil
2006  2007
Sucedido por
Alfredo Nascimento
Precedido por
Alfredo Nascimento
Ministro dos Transportes do Brasil
2010
Sucedido por
Alfredo Nascimento
Precedido por
Alfredo Nascimento
Ministro dos Transportes do Brasil
2011  2013
Sucedido por
César Borges

A Folha de São Paulo de 09 de novembro de 2005 traz uma matéria interessante: "Anderson Adauto afirma que usou caixa dois em todas as campanhas que disputou, inclusive naquelas duas em que foi coordenador". Isso ocorreu em audiência à CPI do mensalão, em que confirmou ter recebido R$ 410 mil do "valerioduto". Curiosamente, ele foi um dos 12 absolvidos no processo. Mas vamos ficar com Alfredo Nascimento. Aqui vamos copiar a Wikipédia:


Em julho de 2011, a revista Veja publicou uma matéria sobre um esquema de propina que estaria acontecendo dentro do Ministério dos Transportes. O então ministro Alfredo Nascimento comunicou o afastamento de Mauro Barbosa da Silva (seu chefe de gabinete), Luís Tito Bonvini (seu assessor de gabinete), Luís Antônio Pagot, (Diretor-Geral do DNIT) e José Francisco das Neves (Diretor-Presidente da Valec). Foi protocolado um pedido de investigação para o caso, e Alfredo Nascimento afirmou que não foi conivente com o ocorrido.
Na mesma época, foi constatado que Gustavo Morais Pereira, arquiteto nascido em 1984 e filho do ministro Alfredo Nascimento, teve seu patrimônio aumentado em 86500% no período de 2009 a 2011. A construtora de Gustavo, a Forma Construções, que foi criada com um capital social de R$ 60 mil, teve seu patrimônio aumentado para mais de R$ 50 milhões. O Ministério Público Federal declarou que o caso estava sob investigação.
Em 6 de julho de 2011, pediu demissão do cargo de ministro e reassumiu seu cargo de Senador e a presidência nacional de seu partido, o PR.
Essa é a seriedade com que uma área importantíssima é tratada pelo nosso executivo. A frase inicial desse Post, tirada do site do Ministério dos Transportes, Construção e Assuntos Urbanos alemão, certamente nunca passou pela cabeça dos personagens envolvidos no nosso pobre Ministério desde 2001. 
O resultado disso é o ridículo projeto do trem bala, que só pode ter sido criado por um grupo de incompetentes que não vê o caos em que se encontra o nosso transporte urbano, priorizando uma miragem. É um PAC que não consegue terminar sequer 20% das obras que se propõe fazer. É uma incapacidade total em privatizar as rodovias, as ferrovias, os aeroportos. É o fato de termos dobrado o número de carros rodando em nossas ruas em 10 anos, sem que nenhum esforço sério tenha sido feito em melhorar nossas vias de transporte. É a China cancelar a compra de 2 milhões de toneladas de soja for causa do gargalo logístico que resultou em filas intermináveis em nossos portos.
A Construção e a Habitação
"As indústrias de construção, habitação e bens constituem um sector fundamental para o crescimento e emprego. Com uma força de trabalho de cerca de 3,3 milhões de pessoas e valor adicionado bruto de 213 bilhões de reais (base 2012), o que corresponde a 5,7% do PIB, está entre os setores mais importantes da nossa economia. A chave para a evolução positiva do sector da construção e da propriedade deve ser encontrada na promoção das pequenas e médias empresas, que são conhecidas por sua capacidade de inovação, e na criação de um ambiente econômico favorável para o mercado de imóveis".
Não é o que estamos vendo acontecer. A nossa mania de grandeza, conduzida pelo ufanista mor, nos levou a receber, no espaço de dois anos, os dois maiores eventos esportivos mundiais. Para a Copa do Mundo de Futebol impusemos à FIFA um número recorde de cidades sede: 12. O site http://www.portal2014.org.br/ dá uma cobertura completa das obras necessárias para a realização. Acredito, dando o benefício da dúvida aos responsáveis por tamanho descalabro, que a ideia de se impor 12 cidades sede era proporcionar a essas 12 cidades um "upgrade" em sua infraestrutura. De vez em quando tenho acessos de ingenuidade. 

Já para as Olimpíadas de 2016 nada muda. O site http://www.portal2014.org.br/ mostra o acompanhamento das obras necessárias à realização das Olimpíadas. Ou melhor, não mostra. O Tribunal de Contas da União (TCU) alertou a Autoridade Pública Olímpica (APO) para a falta de planejamento nas obras para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, o TCU vê pouco investimento nas obras até o momento. “Apenas 5% do total previsto pelos Orçamentos Gerais da União para a organização dos Jogos, no período de 2010 a maio de 2013, foram pagos efetivamente”, disse a entidade. “Isso evidencia que a execução orçamentária não foi aderente ao planejamento prévio para a organização dos Jogos de 2016, tornando-se um risco potencial à adequada realização deste evento.”
O orçamento dos jogos é de R$ 15 bilhões. Um dos exemplos de falta de execução é o projeto Deodoro, centro esportivo que receberá modalidades como tiro esportivo, hipismo e rugby. O complexo é avaliado em 40 milhões.
A cidade do Rio de Janeiro realizou os Jogos Pan Americanos de 2007. Nada do que foi construído será aproveitado, à exceção do Engenhão. O Estádio poliesportivo João Havelange, vulgo Engenhão, está interditado desde março por problemas na estrutura da cobertura.  Orçado na época em R$ 60 milhões, teve seu custo final multiplicado por mais de 6: R$ 380 milhões. 
Áreas Urbanas e Rurais
"As cidades atualmente enfrentam novos desafios. Elas têm que estar preparadas para a nova formatação social, ecológica e econômica que se faz necessária. As alterações demográficas, as novas exigências resultantes da mudança climática, os processos de adaptação econômica para garantir o fornecimento de infra-estrutura são os fatores a ser considerados para se enfrentar esses desafios no longo prazo, embora com diferenças de uma região para outra. Ao mesmo tempo, a integração a nível global está mudando as condições em que a política nacional deve operar".
Transporte, Construção e Assuntos Urbanos são assuntos tão inter relacionados que a mim parece impossível mantê-los isolados, sem que se tenha uma enorme perda de energia. Pois bem, nós conseguimos essa proeza: temos o Ministério dos Transportes, o das Cidades, o da Integração Nacional, a Secretaria dos Portos e a da Aviação Civil. São cinco entidades batendo cabeça. Isso talvez explique os congestionamentos de caminhões em nossos portos. Isso é pouco se considerarmos que usinas eólicas caríssimas estão prontas sem que a linha de transmissão tenha sido sequer iniciada (Ops, isso não é assunto desse Ministério). 

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