Passei décadas da minha vida de chef frustrado tentado convencer os mais próximos de que os médicos sabem pouco, ou quase nada, a respeito daquilo que devemos comer. Amigos que frequentam minha casa ficam horrorizados com o meu ovo caipira diário repousando em cima da tapioca no café da manhã, com a banha de porco que mantenho no freezer para as ocasiões em que preciso de um sabor maior nos pratos, com os patês, como o camarão estocado à espera do risoto, com o bacalhau salgado para os pratos do fim de semana, ou fresco para os pratos rápidos, com o joelho de porco, com as postas de pernil, e mais que isso, com o vilão mor, a buchada que eu faço questão de fazer com codeguim, a linguiça de couro de porco com pernil. Pois qual não foi a minha surpresa ao ver na Veja desta semana uma reportagem de 7 páginas declarando "AMOR ETERNO AO COLESTEROL". Segundo ela, "durante décadas, alimentos como o ovo foram tratados ora como vilões, ora como mocinhos. Pesquisas recentes põem...