Neste segundo Post que trata do esforço que decidi dedicar a combater a polarização em que o nosso país se encontra, vou expor algumas conclusões a que cheguei nos 23 dias que se passaram entre os dois Posts.
Como diria o nosso Presidente, dentro das quatro linhas da Constituição a probabilidade dele se reeleger está ficando muito pequena. Antonio Lavareda, responsável pela pesquisa XP-Ipespe, concluiu que Jair Bolsonaro consegue perder em todos os cenários caso ele vá para o segundo turno em 2.022. Segundo a pesquisa 61% dos brasileiros não votariam nele (hoje) de jeito nenhum. No primeiro semestre deste ano o percentual era de 55%.
Bolsonaro perde para Lula por 18 pontos, mas também é derrotado por Ciro Gomes por 10 pontos, por 5 pontos contra João Dória, e até contra Eduardo Leite por 3 pontos. Você como eu deve estar estranhando a ausência de Sérgio Moro nesta lista, o que eu atribuo a Moro ser o Fato Novo, mas a façanha de Bolsonaro chegar a perder até para os dois oriundos do saco de gatos a que chegou o nosso pobre PSDB me lava a concluir que a Terceira Via tem como primeiro passo a cumprir apenas passar Bolsonaro no Primeiro Turno. Vamos deixar Lula para depois.
Mudando de pesquisador vamos ver o que diz Maurício Moura, o primeiro a antecipar que Bolsonaro ganharia as eleições em 2.018, quando a eleição do Capitão soava como uma piada. Segundo ele três fatores irão definir a viabilidade da Terceira Via.
O primeiro fator é o comportamento do eleitorado no Sudeste. A região foi fundamental para a vitória de Bolsonaro, mas hoje está entre as que mais o rejeitam. O mesmo acontece com Lula nesta região, onde mais de 50% dos eleitores não querem o Petista de volta. Assim sendo o ainda incerto candidato da Terceira Via vai precisar se aproveitar desse espaço que se oferece a ele, hoje praticamente órfão; ele vai exigir um esforço concentrado. É importante lembrar que o Pai da Vacina é o atual Governador e tem uma vantagem inicial nessa corrida.
O segundo fator é econômico. A viabilidade de um terceiro nome vai depender da sua capacidade de financiar a sua campanha. Atualmente os candidatos não podem contar com a doação das empresas, e nesse contexto Bolsonaro e Lula saem em vantagem, o primeiro por estar com o cofre da máquina pública e o segundo por comandar um partido que tem a maior fatia do malfadado financiamento público (algo em torno de R$ 560 milhões em 2.022). O candidato da Terceira Via vai depender de estar indicado por um partido com boa representação no congresso, de doações de pessoas físicas, e de recursos próprios (limitados a R$ 7 milhões). Bom lembrar que só com transporte aéreo, se sobreviver a ele, um candidato gasta pelo menos R$ 1 milhão por semana.
Minha posição a respeito desse fator é que uma boa campanha da Internet compensa essa desvantagem que teria o "nosso" candidato.
O terceiro fator é o que vai ser definido pela curva de aprovação de Bolsonaro. Se ela se recuperar e passar a subir ele se mantém como favorito a perder de Lula no Segundo Turno. Se no entanto ela não melhorar, ou piorar ainda mais, a Terceira Via, a depender de quem a representar, deve se fortalecer, e aos olhos do eleitor antipetista ele passa a ser uma alternativa melhor que o Capitão ainda no Primeiro Turno. A Economia é a ferramenta de que Bolsonaro ainda dispõe para melhorar nesse quesito.
Quando iniciei minha carreira de eleitor na década de 1960, ouvia de políticos em desvantagem na corrida eleitoral que "urna e barriga de mulher só se sabe o que tem dentro quando se abre". O Ultra Som invalidou parte dessa afirmativa, e as pesquisas, sem a certeza oferecida pelo Ultra Som, se encarregou de dar uma garantia razoável de que o favorito nelas vai ganhar. As eleições em países polarizados como o nosso levam os candidatos a demonizar as pesquisas, mas a realidade hoje é que, segundo a pesquisa do Genial/Quaest mais atual:
- 55% dos eleitores ainda não escolheram, de forma espontânea, seu candidato à presidência.
- Ainda de forma espontânea Lula é o escolhido por 22% e rejeitado por 43%. Bolsonaro é escolhido por 17% e rejeitado por 65% dos eleitores.
- Ao ser perguntado quem preferem que vençam as eleições, 30% respondem "nem Lula nem Bolsonaro".
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ResponderExcluirEu sempre aprecio seus posts, mas seu ceticismo está ficando um pouco otimista.
ResponderExcluirPrimeiro uma pequena correção.
São 513 deputados, não 512.
No geral, no que pese a ansiedade, ainda é muito cedo.
O quadro ainda pode mudar muito.
Eu não desejo mal a ninguém, mas o Lula está com uma aparência decrépita.
Não descarto a possibilidade dele dar chabú, e ele não tem substituto.
Se vier uma terrível nova onda, Bolsonaro pode sofrer muito.
O PL não é o carro chefe do Centrão.
Eu acho Moro um homem íntegro, íntegro demais para ter chances reais.
Não estou em cima do muro, apenas de saco cheio de votar no menos péssimo.
Meu otimismo prefere esperar.
Há icebergs à frente, e o Titanic avança sob o comando de um deficiente mental.
Não há pressa.
Meu voto é um só e o meu jardineiro diz que todos eles roubam
Que tristeza!!’
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