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Os Impérios Necessitam de Guerras

É uma frase dura a do título desse Post, mas existem argumentos que suportam a sua veracidade. Eles se apresentam no orçamento dos Estados Unidos para o ano fiscal de 2022 aprovado em agosto passado em mostrado em (https://static.poder360.com.br/2021/08/plano-orcamento-estados-unidos.pdf).

Fiz um resumo desse orçamento, que está apresentado na tabela abaixo:


Dele se conclui que:
  • O gasto previsto para o ano de 2;022 é de US$ 4,698 trilhões contra uma receita prevista de U$ 3,401 trilhões, resultando num déficit de US$ 1,297 trilhões
  • Os gastos com a Defesa Nacional vão responder por U$ 764 bilhões, ou 16,3% do orçamento.
  • A rubrica 15, Benefícios e Serviços para Veteranos, destacada da rubrica 1 da Defesa Nacional, prevê um gasto de US$ 282 bilhões, ou 6,0% do orçamento. Podemos então concluir que o gasto total com o programa militar atinge US$ 1,046 trilhões, ou 22,3% do total. 
  • Além disso verificamos que a Dívida Pública prevista vai atingir US$ 30,787 trilhões. Segundo a Wikipedia o PIB Americano em 2.020 foi de US$ 20,8 trilhões, logo a dívida prevista corresponde a 148% do PIB de 2.020.
  • Outro dado importante é a rubrica 5, Recursos Naturais e Meio Ambiente, com US$ 55 bilhões, ou 1,17% do total. Esse dado demonstra o real esforço dos Estados Unidos no que tange esse assunto. 
Um país que dedica esses valores para as despesas militares cai inevitavelmente na armadilha de ter sua economia fortemente dependente dos insumos necessários à manutenção e atualização do seu material bélico. Vamos analisar então o caça Lockheed Martin F-35, considerado o sistema de armas mais caro da história do Departamento de Defesa Americano. 


Cerca de 400 F-35s já estão em serviço, e o Pentágono planeja adquirir em torno de 2.500 no total, com um "ciclo de vida" estimado em US$ 1,7 trilhões. Algo como US$ 1,3 trilhões são referentes à operação e manutenção das aeronaves. Resumindo, o F-35 em seu ciclo de vida vai custar US$ 680 milhões de dólares por aeronave. Seu preço de venda é de aproximadamente US$ 160 milhões na versão mais cara. Uma hora de voo do F-35 custa US$ 36 mil. 

Em outubro passado a Lockheed Martin fechou contrato para a produção e entrega de 478 caças F-35 para a Força Aérea a um preço que varia entre US$ 89.3 milhões e US$ 108,8 milhões. Trata-se de uma variante com pouso convencional (não vertical), daí os valores menores que o mencionado acima, Isso significa que o programa F-35 está de pé, apesar das reclamações quanto ao seu custo..

Os dez países que mais gastam nesse campo respondem por 75% do gasto total global de ~2 trilhões de dólares (dados de 2.020) sendo que apenas os Estados Unidos respondem por 39% do total. A figura abaixo mostra os 10 países que mais investem com a sua defesa (ou seria no seu  ataque?).


A tabela abaixo mostra um dado interessante: em relação ao PIB os Estados Unidos estão apenas em terceiro lugar entre os 10 maiores orçamentos militares, com 3,78%, atrás da Arábia Saudita com 8,44% e da Rússia com 3,78%, Existe uma explicação para isso:

  1. A Arábia Saudita é um reino islamita cercado de ameaças e o mesmo tempo ameaçador. Ela mantém uma guerra com o Iêmen e tem problemas com o Iraque, o Irã e Israel.
  2. A Rússia desde a Guerra Fria é obrigada a manter um programa militar maior que ela consegue suportar, e isso foi um dos motivos para a derrocada da União Soviética.

Mesmo assim devemos levar em conta que o orçamento militar Americano é 13,5 vezes maior que o Saudita e 12,6 vezes maior que o Russo. E o mais importante, é 3,1 vezes maior que o Chinês, seu atual desafeto principal.

A ênfase do Orçamento Militar para 2.022 é a prontidão das tropas na "Iniciativa de Dissuasão do Pacífico", que é um esforço para contrapor a presença militar chinesa crescente na Ásia. Além disso existe o foco no desenvolvimento de armas hipersônicas, campo no qual parece que a China e a Rússia estão muito avançadas. 

A conclusão a que chegamos é que a economia Americana é extremamente dependente da existência de conflitos, os quais justificam os enormes investimentos militares. Enquanto a China, o maior competidor atual dos Estados Unidos, investe pesadamente em infraestruturas de dominação do mercado global, investimentos esses com retorno evidente, os Estados Unidos estão órfãos de uma pesada estrutura militar que insiste no desenvolvimento dos F-35s, gerando gastos cujo único retorno é a perda de vidas inimigas nas escaramuças em que eles se envolvem sem parar desde sua independência.

Senão vejamos. A história Americana, ao contrário da nossa, teve que começar com uma guerra, a qual foi seguida de várias outras em seu território e fora dele, até a recente retirada do Afeganistão. A lista é longa:

Século XVIII
  1. Guerra Revolucionária Americana (1775-1783): Estados Unidos x Grã Bretanha.
  2. Guerra Cherokee (1776-1795): Estados Unidos x Tribo Cherokee
  3. Guerra do Noroeste (1785-1793): Estados Unidos x Grã Bretanha. 
  4. Rebelião dos Shays (1786-1787): Estados Unidos x Protestadores Antigoverno
  5. Rebelião do Whiskey (1791-1794); Estados Unidos x Manifestantes Fiscais
  6. Quase Guerra - Parte da Revolução Francesa (1798-1800): Estados Unidos x França e Guadalupe
Século XIX
  1. Guerra de Trípoli (1801-1805): Estados Unidos e Suécia x Império Otomano e Sultanato de Marrocos
  2. Revolta de 1811: Estados Unidos x Escravos rebeldes apoiados pelo Haiti
  3. Guerra de Tecumseh (1811): Estados Unidos x Confederação Indígena Tecumseh
  4. Guerra de 1812 (1812-1815): Estados Unidos x Reino Unido
  5. Guerra Creek (1813-1814): Estados Unidos x Tribo Red Stick Creek
  6. Segunda Guerra Berberesca (1815); Estados Unidos x Império Otomano
  7. Guerra Seminole (1817-1818): Estados Unidos x Tribo Seminole
  8. Guerra Texas-Indiana (1820-1875): Estados Unidos x Tribo Comanche
  9. Guerra Arikara: (1823): Estados Unidos x Tribo Arikara
  10. Guerra Winnebago (1827): Estados Unidos x Tribo Winnebago
  11. Guerra de Black Hawk (1832): Estados Unidos x Índios Black Hawk
  12. Guerras Seminoles (1835-1842): Estados Unidos x Tribo Seminole
  13. Guerra Mexicano-Americana (1846-1848): Estados Unidos x México
  14. Guerra Cayuse (1847-1855): Estados Unidos x Tribo Cayuse
  15. Guerras Apache (1851-1900): Estados Unidos x Tribo Apache
  16. Guerra Puget Sound (1855-1856): Estados Unidos x Várias Tribos 
  17. Guerra Roque River (1855-1856): Estados Unidos x Tribos do Roque River
  18. Guerras Seminoles (1855-1858): Estados Unidos x Tribo Seminole 
  19. Guerra Yakima (1855-1858): Estados Unidos x Tribo Yakima
  20. Guerra da Melancia (1856): Estados Unidos x Nova Granada (Panamá)
  21. Guerra de Utah (1857-1858): Estados Unidos x Santos dos Últimos Dias
  22. Guerras Navajo (1858-1866): Estados Unidos x Tribo Navajo
  23. Primeira e Segunda Guerra Cortina (1859-1861): EU x Forças Paramil. Mexicanas
  24. Guerra Paiute (1860): Estados Unidos x Tribo Paiute do Norte
  25. Guerra da Reforma (1860): Estados Unidos x Conservadores Mexicanos
  26. Guerra da Secessão (1861-1865): Estados Unidos x Estados Confederados
  27. Guerras Yavapai (1861-1875) : Estados Unidos x Tribo Yavapai
  28. Guerra Dakota de 1862: Estados Unidos x Tribo Dakota Sioux
  29. Guerra do Colorado (1863-1865): Estados Unidos x Tribos Cheyene e Arapaho
  30. Bombardeio de Shimonoseki (1863-1864): Estados Unidos x Clã Samurai Choshu
  31. Guerra Snake (1864-1868): Estados Unidos x Tribo Paiute
  32. Intervenção Francesa no México (1865-1867); Estados Unidos, México e Peru x França, Império Mexicano, Império Austríaco, Bélgica e Egito.
  33. Expedição Powder River: (1865): Estados Unidos x Tribos Sious e Arapaho
  34. Campanha Comanche (1867-1875): Estados Unidos x Tribos Comanche e Cheyene
  35. Expedição dos Estados Unidos na Coréia (1871): EU x Império Joseon (Coréia)
  36. Guerra Modoc (1872-1873): Estados Unidos x Tribo Modoc
  37. Guerra Rio Vermelho (1874-1875): Estados Unidos x Tribos Cheyene e Arapaho
  38. Guerra Las Cuevas (1875): Estados Unidos x Milícia Mexicana
  39. Grande Guerra Sioux (1876-1877): Estados Unidos x Tribos Lakota e Cheyene
  40. Guerra Nez Pierce (1877): Estados Unidos x Tribo Nez Pierce
  41. Guerra Bannock (1878): Estados Unidos x Tribo Bannock
  42. Guerra Cheyene (1878); Estados Unidos x Tribo Cheyene
  43. Guerra Sheepeater (1879): Estados Unidos x Tribo Shoshone
  44. Guerra Rio Branco (1879-1880): Estados Unidos x Tribo Ute
  45. Massacre de Wounded Knee (1890-1891): Estados Unidos x Tribo Sioux
  46. Revolução Garza (1891-1893): Estados Unidos x Garzistas Mexicanos
  47. Tomada do Reino do Havaí (1893): Estados Unidos x Reino do Havaí
  48. Revolta do Yaqui (1896): Estados Unidos e México x Estado de Sonora
  49. Segunda Guerra Civil da Samoa (1898-1899): Estados Unidos e Samoa x Império Alemão
  50. Guerra Hispano Americana (1898): Estados Unidos, Cuba e Filipinas x Espanha
  51. Guerra Filipino-Americana (1899-1902)
  52. Rebelião Moro (1899-1912): Estados Unidos x Tribo Moro nas Filipinas
  53. Levante dos Boxers (1899-1901): Estados Unidos, Reino Unido, Império Russo, França, Reino da Itália, Império Alemão e Áustria-Hungria x China
Século XX
  1. Guerra de Fronteira (1910-1919): Estados Unidos x Pancho Villa
  2. Ocupação da Nicarágua (1912-1933): Estados Unido e Nicarágua x Império Alemão e Liberais Nicaraguanos
  3. Ocupação do Haiti (1915-1934); Estados Unidos x Haiti
  4. Ocupação da República Dominicana (1916-1924): Estados Unidos x Império Alemão e República Dominicana
  5. Primeira Guerra Mundial (1917-1918) - Vitória
  6. Guerra Civil da Rússia (1918-1920) - Derrota
  7. Guerra da Independência Turca (1919-1923) - Derrota
  8. Segunda Guerra Mundial (1941-1945) - Vitória
  9. Primeira Guerra da Indochina (1946-1954) - Derrota
  10. Guerra da Coréia (1950-1953) - Cessar Fogo
  11. Guerra civil do Laos (1953-1975) - Derrota
  12. Crise do Líbano de 1958 - Vitória
  13. Guerra do Vietnã (1965-1973) - Derrota
  14. Invasão da Bahia dos Porcos (1961) - Derrota
  15. Segunda Ocupação da República Dominicana (1965-1966) - Vitória
  16. Guerra Civil do Camboja (1967-1975) - Derrota
  17. Conflito Hmong (1975-2007) - Derrota
  18. Guerra Cambojana-Vietnamita - Derrota
  19. Força Multinacional no Líbano (1982-1984) - Vitória
  20. Invasão de Granada (1983) - Vitória
  21. Invasão do Panamá (1989-1990) - Vitória
  22. Guerra do Golfo (1990-1991) - Vitória
  23. Zonas de Exclusão no Iraque (1991-2003) - Vitória
  24. Guerra Civil da Somália (1992-1995) - Vitória
  25. Operação Uphold Democracy no Haiti (1994-1995) - Vitória
  26. Guerra da Bósnia (1994-1995) - Empate
  27. Guerra do Kossovo (1996-1999) - Vitória
Século XXI
  1. Guerra do Afeganistão (2001-2021) - Derrota
  2. Guerra do Iraque (2003-2011) - Vitória
  3. Guerra no Noroeste do Paquistão (2010-presente)
  4. Guerra da Al-Qaeda no Iêmen (2010-presente)
  5. Intervenção militar na Líbia em 2011 - Vitória
  6. Guerra contra o Estado Islâmico (2014-presente)
Aos céticos quando ao tamanho desta lista, informo que ela foi tirada da Wikipedia, no endereço https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_conflitos_envolvendo_os_Estados_Unidos. A conclusão é que desde a Guerra da Independência os Estados Unidos estiveram envolvidos em conflitos, internos e externos, em  232 dos seus 247 anos de existência. Apenas em 15 anos eles se deram ao luxo de não estar enfrentando alguém. Isso corresponde a 93,9% da sua existência envolvidos em algum tipo de conflito.

Temos abaixo em azul os anos em que os Americanos não estiveram envolvidos em conflito.

O que se vê, a meu ver, é uma total diferença na forma como os Estados Unidos foram colonizados, relativamente à forma como os Portugueses colonizaram o Brasil. Os ingleses que para lá foram tinham a firme intenção de se desligar da Sede tão logo surgisse a ocasião, e isso não seria feito sem uma guerra. A população estimada das colônias em 1625 era de 1900 habitantes, e no ano em que decidiram ir à guerra, em 1975, já girava em torno de 2,4 milhões. Só que a área das 13 colônias rebeldes estava limitada à faixa vermelha do mapa abaixo. 


Para chegar ao Pacífico eles tiveram que lutar:
  • Contra os ingleses, para se expandirem no sentido Noroeste na chamada Guerra do Noroeste,
  • Contra ingleses e espanhóis na guerra de 1812
  • Nas dezenas de guerras contra as tribos nativas, sendo que algumas se estenderam por mais de 40 anos. 
Ulisses Grant, o General que derrotou o Exército Confederado na Guerra da Secessão, teve que enfrentar a revolta de várias tribos, que se julgaram capazes de enfrentar um exército debilitado por uma guerra sangrenta. Já como Presidente, ele determinou que o Exército exterminasse o rebanho de bisões. O lema dessa operação era "cada búfalo morto é um índio morto".

Montanha de carcaças de bisões

Estima-se que na virada do século 20 restavam não mais que 541 bisões de uma população estimada em 20 milhões antes da colonização. Apenas "Buffalo" Bill Cody matou mais de 4.000 em apenas dois anos. Assim os índios famintos restantes finalmente foram todos confinados. 

Minha posição é que uma sociedade que pratica essa barbárie (matar milhões de animais para matar de fome o inimigo) cria uma intimidade com as armas de uma intensidade tal que a transforma em uma nação que ama a agressividade, e o resultado está estampado na lista das guerras acima. Existem recentemente manifestações contrárias a essa tendência, e vitórias foram alcançadas, sendo a principal o movimento que resultou no retirada do Vietnã, mas em compensação as chacinas decorrentes do uso de armas em locais públicos, principalmente escolas, são notícia corrente por lá. 

Essa tendência torna as atividades produtivas dependentes de encomendas de armamento por parte do governo. Uma interrupção nesse fluxo se torna inviável economicamente, e se cai num círculo vicioso que leva ao desenvolvimento de elefantes brancos como o F-35. Digo elefante branco porque o inimigo da época se vê obrigado a também ter o seu. Do ponto de vista econômico ele não produz nada, é inútil, a não ser que destruir seres humanos tenha alguma utilidade.  

Justiça seja feita: A Guerra, em todas as civilizações, sempre esteve presente. A civilização que colonizou o nosso continente tinha com a guerra a mesma relação que tinha com as epidemias; elas eram sazonais e em geral eram geradas entre cidades vizinhas para decidir sobre a posse de um território na fronteira. 

As relações comerciais levaram à expansão territorial, com o surgimento de grandes territórios conquistados à custa de guerras, os Impérios. Peter Francopan, em seu magistral livro "The Silk Roads (As Rotas da Seda (O Coração do Mundo da tradução brasileira)), faz uma viagem impressionante por todos os Impérios que já existiram. Todos eles passaram pela fase de crescimento, a de apogeu, e a de decadência.

Na fase de crescimento eles invadiram territórios, promoveram chacinas e criaram as estruturas de transferência das riquezas dos povos conquistados para a Sede do Império.

No apogeu eles usufruíram essa situação em que os bens disponíveis superavam aqueles que a Sede era capaz de produzir.

A decadência veio com o envelhecimento. Em uma estrutura social o envelhecimento chega com o abandono das premissas que conduziram a estrutura ao crescimento. Por exemplo os Romanos decidiram delegar o comando das suas legiões aos generais dos povos conquistados.

O Império atual, como mostrado acima, só consegue manter o seu padrão de vida elevado através de um crescimento constante da sua dívida, que já passa de 30 trilhões de dólares. O mecanismo como ele eleva a sua dívida repousa no fato da sua moeda ser considerada o  padrão global das transações internacionais. Então é importante você ser credor desse País. 

O site howmuch (quanto) https://howmuch.net/articles/foreign-holders-of-us-debt-2020 nos oferece uma bola gigantesca da dívida Americana para investidores estrangeiros

Observem a posição de destaque do nosso Brasil. Ele ocupa um destacado 5º lugar nessa bola, atrás de Japão, China, Reino Unido e Irlanda (?). Vejam a posição destacada das Ilhas Cayman e entendam para onde vai o dinheiro dos nossos figurões quando se diz que eles têm empresas offshore.

Essa bola não vai parar de crescer, e na minha modesta opinião esse movimento é parecido com aquele citado acima, em que os romanos cederam o comando das suas legiões para os generais dos países vassalos. 



Comentários

  1. Excelente análise. Bem a propósito, estou lendo o Future of Power em que o autor, Joseph Nye, defende uma redução de gastos militares ("hard power") e mais recursos para o "soft power" : bolsas de estudo, cinema, shows etc. Basicamente ele diz os EUA deveriam ter aprendido com a derrota no Vietnã que há limites para o poder militar e que só conquistando corações e mentes é que manterão a liderança que hoje têm.

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    Respostas
    1. Caro Desconhecido.
      Antes de mais nada gostaria de te conhecer, e se já conheço de saber quem és. O Chamado Soft Power é defendido por grandes influenciadores Americanos, a começar pelo Fareed Zakaria. O que acho difícil é trazer esse conceito para dentro de uma sociedade civil que possui 400 milhões de armas de fogo (uma média de 120 armas para cada 100 pessoas), onde 35 a 42% das famílias têm pelo menos uma arma. E onde a sociedade se encontra tão dividida.
      A fundação Bill e Melinda Gates consegue investir mais na África, o continente que em 2050 terá 40% das crianças deste planeta, que o governo Americano. Então o Soft Power tem que ser capturado pela sociedade global, não pelos governos que fogem dela.
      Um abraço.

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  2. Obrigado por mais um texto instigante.

    De Dwight Eisenhower:

    https://www.google.com/url?sa=t&source=web&rct=j&url=https://m.youtube.com/watch%3Fv%3DGg-jvHynP9Y&ved=2ahUKEwiIouCK7pP0AhWKqJUCHUqSDGgQwqsBegQIBhAE&usg=AOvVaw1raThQfpoh43ZZhu2XI901

    A antevisão da ingerência industrial-militar não é novidade.

    O orçamento militar brasileiro é um dia do americano.

    E o futuro?

    A China, na minha limitada percepção, não tem a ingerência industrial militar que agride, como o Japão quando atacou Pearl Harbor.

    Sem me alongar nessa direção, eu prefiro me apavorar com o risco da economia mundial.

    A dívida pública americana é claramente impagável.

    A China está comprando ouro.

    Acho que os F-35 ficarão no chão.

    Suponha que o Brasil se livre da posição com letras do Tesouro americano?

    Quanto será requerido para termos uma explosão como a das tulipas em Amsterdam?

    Minha perspectiva de futuro foge da guerra militar.

    A economia mundial me parece uma gigantesca bomba de neutrons sem pino.

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    Respostas
    1. Caro Horácio
      Troço para que você esteja certo. Isso vai contra o pensamento dos que se entopem de armamento suficiente para aniquilar as 100 maiores regiões metropolitanas do mundo.
      Estima-se que uma terceira guerra mundial reduziria as áreas habitáveis do planeta a meros 19 milhões de km2, com fumaça suficiente para ocultar a luz do sol por anos.
      Ou seja, o dinossauro da COP26 tem razão.
      Um abraço.

      Excluir

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