Pular para o conteúdo principal

O Bitcoin

Esta semana enviei US 200 para meus dois netos australianos que fazem aniversário em abril. Tive que pagar IOF de 6,5%, ou 13 dólares. Resolvi então estudar com um pouco de detalhe o Bitcoin, e cheguei à conclusão de que estamos tratando com uma invenção fantástica, com certeza criada por jovens "OCCUPY", que vai trazer sérios problemas para países como o nosso Brasil, useiro e vezeiro em explorar seus cidadãos.

A melhor explanação que consegui foi no site http://gizmodo.uol.com.br/tudo-sobre-o-bitcoin/ , e o que vou descrever em seguida é decorrente na minha leitura deste site.
  1. Bitcoins são moedas digitais baseadas em criptografia, que podem ser negociadas na Internet;
  2. As transações mantêm  anonimato dos seus participantes, são checadas para se evitar dupla cobrança e permanecem disponíveis para checagem pública;
  3. A operação se faz em protocolo aberto (peer to peer) e o dinheiro é transferido diretamente de pessoa a pessoa;
  4. O Bitcoion não é sujeito a autoridade central, governo ou bancos que façam a intermediação das suas negociações;
  5. Ele é potencialmente global, não estando atrelado a nenhum país;
  6. As vantagens do Bitcoin são (ou serão) grandes; como ele não está atrelado a nenhuma autoridade reguladora, não há o risco de se induzir inflação pela impressão de moeda. As transações são rápidas e anônimas;
  7. A desvantagem maior, por enquanto, é a sua volatilidade, mas ele também precisa ser assimilado pelo usuário comum e ser aceito por um maior número de empresas; 
  8. São usados para se comprar bens e serviços, ou receber pelos mesmos; sites importantes já estão operando com o Bitcoin, e diversas empresas estão prontas ou se preparando para operar a criptomoeda. 
Existe muita lenda a respeito da criação do Bitcoin. Um tal Satoshi Nakamoto lançou o conceito do Bitcoin em um paper publicado em 2008 e no ano seguinte criou o código que suporta o sistema. O pouco que se sabe sobre o senhor Nakamura é que o seu inglês é impecável, impossível de ser falado por um japonês, dado o seu sotaque britânico e os termos usados. Uma revista americana cometeu a gafe de fotografar um Satoshi Nakamoto, o qual, coitado, nada tinha a ver com a história.


O provável é que o Bitcoin tenha sido criado em Londres, por ativistas políticos e hackers que visavam a reestruturação do sistema financeiro e a criação de uma nova estrutura econômica. Disse Nakamoto  que:

"A raiz do problema com a moeda tradicional é que ela precisa de muita confiança em outros para funcionar. Precisamos de confiança em um banco central para que ele não desvalorize e moeda, mas a história das moedas "fiat" (respaldadas por governos e não pela paridade com o ouro) mostra inúmeras violações de confiança. Os bancos devem ser confiáveis para manter nosso dinheiro e transferi-lo eletronicamente, mas o emprestam em bolhas de crédito com apenas uma fração de reserva. Temos que confiar a eles a nossa privacidade, confiar neles para não deixar os ladrões drenarem as nossas contas. Com moedas com base na criptografia, sem a necessidade de confiar em um intermediário ou terceiros, o dinheiro se torna seguro e as transações fáceis de serem feitas". 

Em 2011 Nakamoto parou de dar notícias e sumiu do mapa, mas a sua criação já tinha se estabelecido. Em um e-mail a um amigo ele disse que iria cuidar de outros projetos. Criou-se na comunidade Bitcoin uma frase comum para a pergunta: "Você é Satoshi Nakamoto?". "Não, mas se fosse também não diria".

A primeira transação envolvendo o Bitcoin foi feira em janeiro de 2010, com uma pizza que valia US$ 25 e foi paga com 10.000 BTC. Acabo de abrir o site mercadobitcoin e verifiquei que nesse instante a moeda está sendo negociada a R$ 1.017. Ou seja, hoje 10.000 BTC valem R$ 10.170.000.

Na minha mesa de bar de todo sábado lancei a discussão sobre o Bitcoin. Não precisa dizer que fui tido como visionário. No entanto estou convicto de que a moeda virtual vai causar uma revolução mundial nos negócios, em favor das partes envolvidas e em prejuízo dos intermediários que acabam por levar a maior fatia do bolo. Semana passada foi um rapaz na minha casa fazer uns ajustes no meu novo notebook. Me cobrou R$ 85 e disse orgulhoso que agora ele tinha uma máquina Cielo, e que eu poderia pagar com cartão de débito ou crédito, mas que ele preferia débito por que ele só ia perder 1,5%, enquanto no crédito ele iria perder 4%. Detalhe: ele só iria receber os R% 80,64 em 30 dias. Pergunta: quem ganha mais com esse negócio?

Disse o poeta Caetano que Narciso acha feio o que não é espelho. A nossa tendência é encarar essa novidade como uma bolha, coisa do tipo "corrente", em que usuários antigos ganharão em cima dos novos, que se trata da "ideia mais perigosa da Internet", que estamos falando de uma economia paralela gerida por pessoas que sequer sabemos quem são. Já os defensores do Bitcoin dizem que estamos tratando de um projeto cujo impacto social pode ser comparável ou até maior que a própria Internet, que iremos ver o dinheiro de uma forma diferente da que vemos hoje, onde não haverá fronteiras nem intermediários entre você e o seu capital.

Temos que nos lembrar que as últimas novidades que a Internet nos trouxe foram encaradas com grande descrédito, a começar com a famosa bolha dela mesma. No início do milênio a Amazon estava fadada à falência e hoje o seu dono é um dos 10 homens mais ricos do mundo. O Google, o PayPal, o Facebook, o Dropbox, que são novidades com as quais um velho de 70 anos tem que aprender a conviver para não se sentir isolado dos netos, que são muito mais ágeis que ele; mas eu acho que o Bitcoim (já temos o Litecoin, mais novo), é de longe a novidade maior, que trouxe para o seu tablet ou notebook o controle total das suas finanças.

As perguntas que vierem à cabeça dos que por acaso vierem a ler este post estão muito bem respondidas no site abaixo, da empresa Mercado Bitcoion, que negocia Bitcoins e Litecoins.

https://www.mercadobitcoin.com.br/faq/




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Europa Islâmica

É irreversível. A Europa, o berço da Civilização Ocidental, como a conhecemos, está com seus dias contados. Os netos dos nossos netos irão viver em um mundo, se ele ainda existir, no qual toda a Europa será dominada pelo Islamismo. Toda essa mudança se dará em função da diminuição da população nativa. Haverá revoltas localizadas, mas o agente maior dessa mudança responde por um nome que os sociólogos têm usado para alertar para esse desfecho: a Demografia. Vamos iniciar este Post com um exercício simples. Suponhamos uma comunidade de 10.000 pessoas, 5.000 homens e 5.000 mulheres, vivendo de forma isolada. Desse total metade (2.500 homens e 2.500 mulheres) já cumpriu sua função procriadora, e a outra metade a está cumprindo ou vai cumprir. Aqui vamos definir dois grupos, o velho não procriador e o novo procriador. Se os 2.500 casais procriadores atingirem uma meta de cada um ter e criar 2 filhos, teremos como resultado que, quando esta geração envelhecer (se tornar não procriadora), a c

Sobre os Políticos

Há tempos estou à procura de uma fonte que me desse conteúdo a respeito desse personagem tão importante para as nossas vidas, mas que tudo indica estar cada vez mais distanciado de nós. Finalmente encontrei um local que me forneceu as opiniões que abasteceram a minha limitada profundidade no assunto: Uma entrevista no site Persuation, de Yascha Mounk, com o escritor, diplomata e político Rory Stewart.  Ex-secretário de Estado para o Desenvolvimento Internacional no Reino Unido, Rory Stewart é hoje presidente de uma instituição de caridade global de alívio à pobreza, a GiveDirectly (DêDiretamente em tradução Livre) e autor do recente livro How not to be a Politician, a Memoir (algo como "Como não ser um Político, um livro de Memórias"). A entrevista é longa e eu me impressionei com ela a ponto de me atrever a fazer um resumo. Pelo que entendi, com o livro Stewart faz uma descrição de suas experiências na política do Reino Unido. Ele inicia a entrevista falando da brutalidade

Civilidade e Grosseria

  Vamos iniciar este Post tentando ensaiar teatrinhos em dois países diferentes: País A O sonho do jovem G era ser membro da Força Aérea de A, mas na sua cabeça havia um impedimento: ele era Gay. Mesmo assim ele tomou a decisão de apostar na realização do seu sonho. O País A  não pratica a conscrição, ou seja, ninguém é convocado para prestar serviço militar. Ele está disponível para homens entre 17 e 45 anos de idade. G tinha 22 e entendeu que o curso superior que estava fazendo seria de utilidade na carreira militar. Detalhe: há décadas o País A tinha tomado a decisão de colocar todos os ramos militares em um único quartel, com a finalidade de aumentar o grau de integração e a logística. Isso significa a Força Aérea de A está plenamente integrada nas Forças de Defesa de A. Tudo pronto, entrevista marcada, o jovem G comparece à unidade de alistamento e é recebido com a mesma delicadeza que aquele empresário teria ao se interessar por um jovem promissor de 22 anos. Tudo acertado, surgi