Já fizemos uso do Pew Research Center anteriormente para discutir "A Próxima América", e hoje vamos apresentar um relatório gerado por este centro de pesquisa a respeito do nosso país antes da Copa do Mundo. O relatório completo pode ser acessado no site:
http://www.pewglobal.org/files/2014/06/Pew-Research-Center-Brazil-Report-FINAL-June-3-2014.pdf
É claro que os fundamentalistas de plantão trataram de desautorizar com argumentos frágeis as conclusões desse relatório, e aproveitaram para culpar a mídia local por exportar essas "falsas" notícias. Isso claramente não condiz com a verdade. Esse relatório foi elaborado com base em 1.003 entrevistas com adultos acima de 18 anos, entre 10 e 30 de abril. As entrevistas foram conduzidas em português, com distribuição proporcional à representatividade da população da região. A margem de erro é de +/- 3,8 pontos percentuais. Esse relatório é elaborado desde 2.010, o que permitiu traçar a tendência do sentimento popular nestes 5 anos.
1 - A pergunta "você está ou não satisfeito com a forma como as coisas estão no nosso país hoje?" teve o "não satisfeito" variando de 49% em 2.010 para 72% em 2.014:
2 - A pergunta "como você descreve a atual situação econômica no Brasil: muito boa, boa, má ou muito má?" teve o "má" e "muito má" variando de 36% em 2.010 para 67% em 2.014:
3 - A pergunta "receber a Copa do Mundo no Brasil é uma coisa boa, porque vai criar mais empregos e ajudar a economia, ou uma coisa má porque estamos gastando dinheiro que seria empregado em escolas, na saúde e outros serviços públicos?" teve o "coisa má" recebendo 61% das respostas:
4 - Foram feitas várias perguntas para serem avaliadas. São elas: crime, líderes políticos corruptos, pobre qualidade das escolas, poluição do ar, poluição das águas, qualidade dos alimentos, saúde pública, tráfico, apagões, transporte público, inflação, oportunidades de emprego, diferença entre ricos e pobres e dívida pública. Os resultados mais significativos foram:
5 - Foi também pedida uma comparação entre o governo Rousseff e o governo Lula: se eles eram benéficos para o país ou não. Dilma teve apenas 48% de aprovação contra 84% para Lula em 2.010:
http://www.pewglobal.org/files/2014/06/Pew-Research-Center-Brazil-Report-FINAL-June-3-2014.pdf
É claro que os fundamentalistas de plantão trataram de desautorizar com argumentos frágeis as conclusões desse relatório, e aproveitaram para culpar a mídia local por exportar essas "falsas" notícias. Isso claramente não condiz com a verdade. Esse relatório foi elaborado com base em 1.003 entrevistas com adultos acima de 18 anos, entre 10 e 30 de abril. As entrevistas foram conduzidas em português, com distribuição proporcional à representatividade da população da região. A margem de erro é de +/- 3,8 pontos percentuais. Esse relatório é elaborado desde 2.010, o que permitiu traçar a tendência do sentimento popular nestes 5 anos.
1 - A pergunta "você está ou não satisfeito com a forma como as coisas estão no nosso país hoje?" teve o "não satisfeito" variando de 49% em 2.010 para 72% em 2.014:
6 - A pergunta acima foi fracionada em vários itens: corrupção, crime, saúde pública, transporte público, política externa, educação, preparação para a Copa, pobreza e economia, para que fosse avaliado do desempenho de Dilma. Os resultados foram:
7 - Aqui entra o problema com os candidatos da oposição. Mesmo com o quadro de desaprovação impressionante acima, os dois principais candidatos da oposição não conseguem se impor como uma alternativa viável. Dilma continua a ser vista de modo mais favorável que seus opositores. Esse paradoxo é em parte creditado ao fato de que 20% dos entrevistados não tinham opinião formada sobre Aécio Neves, e 29% sobre Eduardo Campos:
8 - As instituições brasileiras também foram avaliadas e o resultado pra variar não foi bom. O Governo Federal, a Polícia, os Militares e a mídia tiveram notas rebaixadas em relação a 2.010. Apenas as lideranças religiosas ganharam terreno:
O que é o Pew Research Center?
O Pew Research Center é uma organização apartidária que que tem por função informar o público sobre as questões, atitudes e tendências que moldam os Estados Unidos e o mundo. Conduz sondagens de opinião pública, pesquisa demográfica, a análise de conteúdo de mídia e outras pesquisas de ciência social empírica. O Pew Research não toma posições políticas.
Para dar um exemplo da seriedade com que o Pew conduz suas pesquisas, basta ver os cuidados com que a pesquisa sobre o Brasil foi conduzida. Na avaliação do governo Dilma Rousseff houve a preocupação com as respostas dadas pelas diferentes classes que compõem a nossa sociedade. Dima recebeu avaliação negativa pela maioria dos brasileiros com grau de educação pós secundária (70%) e pelos de maior renda (61%). Já aqueles com educação primária ou abaixo, e os com renda menor acharam a avaliação de Dilma positiva (56% e 58% respectivamente). Para a renda os entrevistados foram agrupados em três categorias: baixa, média e alta. Renda baixa para aqueles que ganha menos de R$ 900 por mês, renda média pra os que ganham entre R% 900 e R$ 2.349, e renda alta para os que ganham acima de R$ 2.500. Foi salientado que o salário mínimo é de R$ 724.
Para esta pesquisa o Pew contratou uma entidade internacional, o Princeton Survey Research Associates International (PSRAI, http://www.psrai.com/), uma empresa com experiência global na condução de pesquisas desse tipo. Não existe a possibilidade de interferência externa nos resultados de pesquisas conduzidas pela dupla Pew / PSRAI, ou seja, os gráficos que eu reproduzi acima são, com base na data em que ela foi feita (10 a 30 de abril), a coisa mais perto da verdade. É claro que estamos praticamente a 2 meses período em que a pesquisa foi iniciada, e alguma coisa pode ter mudado, pre melhor ou pra pior, mas o que não se pode aceitar é a tentativa de desacreditá-la.
Conclusão
As tentativas dos sovietes tupiniquins sobre o controle da mídia continuam. É bom estar atento à existência de entidades como o Pew, pois é a elas que vamos ter que recorrer se chegarmos à situação por que estão passando a Venezuela e a Argentina. Como dizia o saudoso Ibraim Sued, "olho vivo que cavalo não desce escada".
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