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Notícia Boa não Vende

Aqui vão 24 notícias boas:

1 - IBC-BR
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Fevereiro de 2017
     Variação desde Fevereiro de 2017: 1,7%
     O IBC-BR é Índice de Atividade Econômica do Banco Central.

2 - Total de renda do trabalho
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 2,3%
     É a renda média do trabalhador brasileiro.

3 - Renda média mensal
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Julho de 2016
     Variação desde Julho de 2016: 3,2%
     Há uma leve diferença. A renda média mensal é a renda média domiciliar.

4 - Ocupação
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Abril de 2017
     Variação desde Abril de 2017: 0,9%
     Aqui se trata da taxa de ocupação do brasileiro.

5 - Total de crédito para pessoas físicas
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 11,9%

6 - Índice de confiança do consumidor
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Abril de 2016
     Variação desde Abril de 2016: 26,0%

7 - Vendas no varejo restritas
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Dezembro de 2016
     Variação desde Dezembro de 2016: 4,8%
     Excluem automóveis e materiais de construção

8 - Vendas totais no varejo
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Novembro de 2016
     Variação desde Novembro de 2016: 3,4%

9 - Expedição de papel ondulado
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Dezembro de 2016
     Variação desde Dezembro de 2016: 6,8%
     É um indicador importante da atividade industrial

10 - Serviços de armazenagem
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Dezembro de 2016
     Variação desde Dezembro de 2016: 8,4%
     Indicador do crescimento dos serviços de logística

11 - Transporte terrestre
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Janeiro de 2017
     Variação desde Janeiro de 2017: 4,4%

12 - Fluxo de veículos leves em pedágios
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Novembro de 2016
     Variação desde Novembro de 2016: 2,6%

13 - Fluxo de veículos pesados em pedágios
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Janeiro de 2017
     Variação desde Janeiro de 2017: 7,8%

14 - Vendas de supermercados
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Janeiro de 2017
     Variação desde Janeiro de 2017: 4,7%

15 - Vendas de combustíveis
    Mês em que atingiu o seu menor nível: Janeiro de 2017
    Variação desde Janeiro de 2017: 2,3%

16 - Vendas de farmácias
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Dezembro de 2016
     Variação desde Dezembro de 2016: 2,0%

17 - Vendas em livrarias e papelarias
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 2,9%

18 - Produção de bens de consumo não duráveis
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Dezembro de 2016
     Variação desde Dezembro de 2016: 2,5%

19 - Concessões de crédito de veículos para pessoas físicas
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 19,9%

20 - Concessões de crédito pessoal
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 13,4%

21 - Vendas de automóveis
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Fevereiro de 2017
     Variação desde Fevereiro de 2017: 18,0%   

22 - Vendas de móveis e eletrodomésticos
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Outubro de 2016
     Variação desde Outubro de 2016: 3,4%

23 - Vendas de materiais de construção
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Novembro de 2016
     Variação desde Novembro de 2016: 5,5%

24 - Produção de bens duráveis
     Mês em que atingiu o seu menor nível: Junho de 2016
     Variação desde Junho de 2016: 11,9%

Esses dados foram tirados de um estudo da Tendências Consultoria, divulgados pelo Estadão de 06 de julho no seu Caderno de Economia, página B4. Todos eles são fortes indicadores de que a nossa Economia se descolou da crise política, e mais que isso, que ela está relativamente blindada.

A fala de Ilan Goldfajn, o Presidente do Banco Central, mudou. Ele que vinha advertindo para as incertezas da economia decorrentes da situação política, agora está dizendo que a nossa economia adquiriu "resistência a choques". Tanto é verdade que no dia 07, dia seguinte à divulgação do estudo da Tendências, leio que o IPCA, o índice oficial da inflação, teve em junho a sua primeira deflação em 11 anos. 


It's the Economy, stupid
(É a economia, idiota)

Essa frase, criada por James Carville, estrategista da campanha de Bill Clinton em 1992, retrata muito bem aquilo que deveria ser a nossa principal preocupação como brasileiros no momento por que passamos. Já que o rol de políticos que possuímos com alguma chance de tomar as rédeas do país é uma verdadeira tragédia grega, por que não deixar as coisas como estão e esperar tranquilamente 2018 para descobrirmos alguém para substituir Temer? O que vamos ganhar com um novo impeachment, além de abalar um processo que está seguindo o seu curso de forma bem razoável?

A sociedade, bem mais sábia que o nosso quadro político, não está motivada a ir para as ruas. Está cansada. As 24 + 1 notícias (incluindo a inflação de junho), não vão aparecer no Facebook, nem no Zap Zap, nem no e-mail. Elas são notícias boas, não vendem papel de jornal nem propaganda na TV. O povo não as lê mas sabe que as coisas estão melhorando, e fica quieto em casa. 

Só que existem "forças ocultas" nesse processo, a começar por aqueles políticos que entendem que, já que a Economia se blindou, vamos deixar o circo pegar fogo. Estou me referindo ao PSDB, partido no qual tenho votado, mas que agora resolveu se transformar em um "partidinho que decreta o fim do governo para entrar rapidinho em outro". São palavras de José Aníbal, tucano histórico e Presidente do Instituto Teotônio Vilela. 

Outra força não tão oculta é o Senhor Janot. Sua sanha de Messias sempre me deixou desconfiado, e minha desconfiança se mostrou pertinente no instante em que ele ajuizou ação no STF pedindo suspensão da Lei da Terceirização. Esse Senhor vestiu o manto de Messias e, como ele mesmo disse, "enquanto houver bambu tem flecha". Seu plano de transformar o País em terra arrasada deixou de se concentrar na corrupção e mostrou a cara. Ele quer entrar para a história como uma espécie de Trump sem voto.

A terceira força é a Rede Globo. É fato que ela está passando por um séria crise financeira, tanto que ela decidiu se desfazer de parte do capital de suas emissoras que integram a Rede Globo de Televisão. Ela tem participação acionária em 32 emissoras, estando fora do processo de venda apenas 5, as que compõem o núcleo central da rede. Sua dívida é superior a R$ 1,5 bilhão. Boatos de sua venda são recorrentes. Pois bem; de repente a Globo, através de sua revista Época, se torna o canal de informação de tudo o que está sendo processado nos subterrâneos da Procuradoria Geral da República, e a TV Globo decide rifar Temer. 

Precisamos entender que somos sempre os últimos a saber das coisas; mas há indícios fortes. Hoje mesmo, dia 10 de julho, o Estadão publica que Lula afirmou à revista Nordeste que ainda não está claro o motivo pelo qual Joesley Batista fez a delação premiada:

"A palavra mágica agora é propina. Essa delação do Joesley... Ainda não está claro a serviço do que ele fez essa delação. A serviço do que? Só vai saber com o tempo."

A Folha de São Paulo fez uma análise das quatro formas de Temer ser afastado: 

1 - Renúncia - Implicaria em Rodrigo Maia assumir por 30 dias e convocar eleições indiretas. Para haver eleições diretas seria necessária emenda à constituição.

2 - Ação contra chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral - processo demorado que não interessa por prolongar a sangria pela qual estamos passando.

3 - Pedido de impeachment - Também demorado, no qual cabe recurso das partes.

4 - Ação penal - é o que está em curso no momento. Só chegará ao STF com 2/3 dos votos da Câmara. 

Não quero deixar a impressão que estou defendendo a permanência de Temer por achar que ele é a menos ruim das escolhas. O objetivo deste Post é transmitir a convicção de que nem só de notícias ruins estamos vivendo. 

Em tempo: Enquanto fecho este Post fico sabendo da condenação de Lula em primeira instância. Mais uma notícia boa (e parece que esta, pela sua importância, vende).

PS: Entro de férias deste Blog. Devo retornar em meados de agosto. 



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