Não que eu goste do cocaleiro Morales, mas ele disse algo que devia ser levado a sério, mesmo partindo dele:
"A orgia depredadora (das nações ricas) obriga os países do Sul a ser seus guardas florestais".
Essa frase me remeteu ao excelente artigo publicado na Veja de 13/06, de autoria dos antropólogos americanos Michael Shellenberger e Ted Norhauss, fundadores do Breakthrough Institute (thebreakthrough.org), de onde eu tiro as informações abaixo:
Nossa Missão
O Breakthrough Institute é um "think tank (líder de reflexão??)" de mudança de paradigma, empenhado na modernização do pensamento liberal para o século 21. Nossos principais valores são a imaginação, a integridade e a audácia. Nosso objetivo é acelerar a transição para um futuro onde todos os habitantes do mundo possam desfrutar de uma vida segura, livre, próspera e cheia de realizações, em um planeta ecologicamente vibrante.
Visão Global
Desde 2003, o Breakthrough tem sido mais conhecido como um "think tank" de políticas públicas independentes e como defensor pioneiro de uma abordagem centrada na inovação da energia nacional e global e nos desafios do clima. Em 2009, o Instituto ampliou seu alcance para incluir a política nacional de segurança com foco na luta contra o terrorismo.
No que diz respeito ao assunto deste Blog, a idéia dos autores, e do Instituto, é afastar a visão, dominante entre os ambientalistas, de considerar a tecnologia como uma afronta à natureza. Para eles, os autores, as tecnologias sempre foram perfeitamente naturais, todas criadas a partir de elementos puros extraídos da Terra, desde as peles dos animais até as usinas nucleares.
Eles chamam a atenção para o fato de que a tecnologia, alem de ser invenção do homem, agiu também como ferramenta evolutiva: a criatura recriou o criador. Como exemplo eles citam a forma das mãos do homem, mais curtas, impróprias para subir em árvores mas boas para manusear ferramentas, ferramentas essas que lhe deram uma grande vantagem evolutiva. De posse dessas ferramentas o homem iniciou o processo inxorável de modificação radical do meio ambiente. Eles citam a caça até a extinção dos mamutes e outras espécies, o que adicionou uma quantidade maior de proteina na sua dieta, e consequentemente um cérebro maior, e a queima de florestas para facilitar a caça e limpar a terra para a agricultura.
A aceleração desse processo nas últimas décadas é diferente apenas em escala; a forma permanece a mesma: os homens criam há milênios o ambiente em que habitam, e a solução para os problemas recentes decorrentes da aceleração desse processo reside axatamente no emprego da tecnologia. É errada portanto a idéia dominante de que a tecnologia é a causa desses problemas.
E onde entra a afirmação do Evo Morales nessa história? É fácil ver que as populações desenvolvidas do Norte, que já alcançaram um padrão de vida sem precedentes, agora se deparam com as consequências dessa evolução. Criou-se assim uma espécie de teologia ambiental, a qual gerou medos de um colapso ecológico, que só seria mitigado com muito sacrifício, o que resultou na rejeição das facilidades do mundo moderno. O confronto entre Norte e Sul, no que diz respeito à América Latina, é alimentado pelo catolicismo ainda dominante em nossa região, que valoriza a pobreza, enquanto o protestantismo do Norte defende a acumulação de capital.
O que o Breakthrough Institute defende é que essa postura é na verdade um obstáculo à solução dos problemas gerados pela modernidade. Junto com esses problemas vieram os grandes progressos, em particular na agricultura, que tiraram da probreza extrema centenas de milhões de pessoas. É sintomática a aversão das elites à manipulação genética dos produtos agrícolas: elas não são as beneficiadas pelo espetacular aumento da produção. No caso brasileiro, é perfeitamente válida a exploração de nossas florestas, o que foi igualmente feito na Europa e nos Estados Unidos. A construção de barragens, estradas, fazendas, não são mais que a expansão da modernidade a essas áreas até agora abandonadas, tornando-as produtivas.
Temos no Brasil a facção "Veta Dilma", que apoia as depredações efetuadas por facções indígenas, que são o exemplo vivo da chamada elite ambientalista. Do outro lado temos povos indígenas assinando contratos com madeireiras, fazendeiros transformando a selva em fazendas, e se constituindo nos vilões nas grandes áreas urbanas que desconhecem por completo a realidade do interior brasileiro. Nossos maiores rivais a médio prazo, os BRICS, têm nas suas elites uma concepção diferente. A China já tirou meio bilhão de camponeses da pobreza, por se ter transformado em uma potência produtora. A Índia está aos poucos deixando pra trás as idéias contemplativas de Gandhi e se tranformando em uma grande geradora do conhecimento científico.
A história mostra que a exploração da natureza enriquece o homem, em vez de empobrecê-lo, logo, a questão não é saber se o homem vai sobreviver a esse processo, mas que tipo de planeta teremos para habitar. A tecnologia certamente é a única arma de que dispomos para resolver esse assunto, e ela deve ser tratada com o respeito que merece, não como uma ferramenta profana. O que o Breathrough Intitute defende é a substituição da "ecoteologia" por uma proposta de "teologia da modernização", que encare as consequencias do desenvolvimento não como possíveis de ser evitadas, mas sim como inevitávies, e tentar por meio da tecnologia as soluções para elas. Os poderes adquiridos pelo homem através dos tempos devem deixar de ser encarados como inimigos da natureza, e sim como instrumentos para a sua salvação.
O aquecimento global, a obesidade, a depressão econômica, são na realidade problemas menos graves que aqueles já resolvidos pelo homem com o auxílio da tecnologia. Podemos citar o impulso que ela deu à agricultura com a criação de novas ferramentas, com a consequente diminuição das altas taxas de mortalidade a nível global. Está provado que a fome africana é um problema político, assim como é tolice dizer que um país de obesos como o Brasil tem no seu problema de segurança alimentar qualquer componente ambiental.
Se o Brasil quizer assumir de fato sua posição de direito a nível mundial na área ambiental, ele tem necessariamente que assumir que o caminho a ser adotado é o da tecnologia. Prova disso é o trabalho desenvolvido pela Embrapa na pesquisa de soluções para a produção do etanol, da soja, e o enorme investimento a ser feito no pré-sal. Os problemas decorrentes dessas iniciativas são evidentes, mas de forma alguma as invalidam. Não nos cabe a papel de guardas florestais dos países brancos do Norte.
"A orgia depredadora (das nações ricas) obriga os países do Sul a ser seus guardas florestais".
Essa frase me remeteu ao excelente artigo publicado na Veja de 13/06, de autoria dos antropólogos americanos Michael Shellenberger e Ted Norhauss, fundadores do Breakthrough Institute (thebreakthrough.org), de onde eu tiro as informações abaixo:
Nossa Missão
O Breakthrough Institute é um "think tank (líder de reflexão??)" de mudança de paradigma, empenhado na modernização do pensamento liberal para o século 21. Nossos principais valores são a imaginação, a integridade e a audácia. Nosso objetivo é acelerar a transição para um futuro onde todos os habitantes do mundo possam desfrutar de uma vida segura, livre, próspera e cheia de realizações, em um planeta ecologicamente vibrante.
Visão Global
Desde 2003, o Breakthrough tem sido mais conhecido como um "think tank" de políticas públicas independentes e como defensor pioneiro de uma abordagem centrada na inovação da energia nacional e global e nos desafios do clima. Em 2009, o Instituto ampliou seu alcance para incluir a política nacional de segurança com foco na luta contra o terrorismo.
No que diz respeito ao assunto deste Blog, a idéia dos autores, e do Instituto, é afastar a visão, dominante entre os ambientalistas, de considerar a tecnologia como uma afronta à natureza. Para eles, os autores, as tecnologias sempre foram perfeitamente naturais, todas criadas a partir de elementos puros extraídos da Terra, desde as peles dos animais até as usinas nucleares.
Eles chamam a atenção para o fato de que a tecnologia, alem de ser invenção do homem, agiu também como ferramenta evolutiva: a criatura recriou o criador. Como exemplo eles citam a forma das mãos do homem, mais curtas, impróprias para subir em árvores mas boas para manusear ferramentas, ferramentas essas que lhe deram uma grande vantagem evolutiva. De posse dessas ferramentas o homem iniciou o processo inxorável de modificação radical do meio ambiente. Eles citam a caça até a extinção dos mamutes e outras espécies, o que adicionou uma quantidade maior de proteina na sua dieta, e consequentemente um cérebro maior, e a queima de florestas para facilitar a caça e limpar a terra para a agricultura.
A aceleração desse processo nas últimas décadas é diferente apenas em escala; a forma permanece a mesma: os homens criam há milênios o ambiente em que habitam, e a solução para os problemas recentes decorrentes da aceleração desse processo reside axatamente no emprego da tecnologia. É errada portanto a idéia dominante de que a tecnologia é a causa desses problemas.
E onde entra a afirmação do Evo Morales nessa história? É fácil ver que as populações desenvolvidas do Norte, que já alcançaram um padrão de vida sem precedentes, agora se deparam com as consequências dessa evolução. Criou-se assim uma espécie de teologia ambiental, a qual gerou medos de um colapso ecológico, que só seria mitigado com muito sacrifício, o que resultou na rejeição das facilidades do mundo moderno. O confronto entre Norte e Sul, no que diz respeito à América Latina, é alimentado pelo catolicismo ainda dominante em nossa região, que valoriza a pobreza, enquanto o protestantismo do Norte defende a acumulação de capital.
O que o Breakthrough Institute defende é que essa postura é na verdade um obstáculo à solução dos problemas gerados pela modernidade. Junto com esses problemas vieram os grandes progressos, em particular na agricultura, que tiraram da probreza extrema centenas de milhões de pessoas. É sintomática a aversão das elites à manipulação genética dos produtos agrícolas: elas não são as beneficiadas pelo espetacular aumento da produção. No caso brasileiro, é perfeitamente válida a exploração de nossas florestas, o que foi igualmente feito na Europa e nos Estados Unidos. A construção de barragens, estradas, fazendas, não são mais que a expansão da modernidade a essas áreas até agora abandonadas, tornando-as produtivas.
Temos no Brasil a facção "Veta Dilma", que apoia as depredações efetuadas por facções indígenas, que são o exemplo vivo da chamada elite ambientalista. Do outro lado temos povos indígenas assinando contratos com madeireiras, fazendeiros transformando a selva em fazendas, e se constituindo nos vilões nas grandes áreas urbanas que desconhecem por completo a realidade do interior brasileiro. Nossos maiores rivais a médio prazo, os BRICS, têm nas suas elites uma concepção diferente. A China já tirou meio bilhão de camponeses da pobreza, por se ter transformado em uma potência produtora. A Índia está aos poucos deixando pra trás as idéias contemplativas de Gandhi e se tranformando em uma grande geradora do conhecimento científico.
A história mostra que a exploração da natureza enriquece o homem, em vez de empobrecê-lo, logo, a questão não é saber se o homem vai sobreviver a esse processo, mas que tipo de planeta teremos para habitar. A tecnologia certamente é a única arma de que dispomos para resolver esse assunto, e ela deve ser tratada com o respeito que merece, não como uma ferramenta profana. O que o Breathrough Intitute defende é a substituição da "ecoteologia" por uma proposta de "teologia da modernização", que encare as consequencias do desenvolvimento não como possíveis de ser evitadas, mas sim como inevitávies, e tentar por meio da tecnologia as soluções para elas. Os poderes adquiridos pelo homem através dos tempos devem deixar de ser encarados como inimigos da natureza, e sim como instrumentos para a sua salvação.
O aquecimento global, a obesidade, a depressão econômica, são na realidade problemas menos graves que aqueles já resolvidos pelo homem com o auxílio da tecnologia. Podemos citar o impulso que ela deu à agricultura com a criação de novas ferramentas, com a consequente diminuição das altas taxas de mortalidade a nível global. Está provado que a fome africana é um problema político, assim como é tolice dizer que um país de obesos como o Brasil tem no seu problema de segurança alimentar qualquer componente ambiental.
Se o Brasil quizer assumir de fato sua posição de direito a nível mundial na área ambiental, ele tem necessariamente que assumir que o caminho a ser adotado é o da tecnologia. Prova disso é o trabalho desenvolvido pela Embrapa na pesquisa de soluções para a produção do etanol, da soja, e o enorme investimento a ser feito no pré-sal. Os problemas decorrentes dessas iniciativas são evidentes, mas de forma alguma as invalidam. Não nos cabe a papel de guardas florestais dos países brancos do Norte.
Precisamos aproveitar a vivência dos países que já passaram por essa situação e nao cometer os mesmos erros que eles que desmataram e depois tiveram que replantar , sujaram os rios e mares e depois gastaram para limpa-los. Temos que tentar fazer o manuseio ambiental com equilíbrio. Nossas grandes cidades já estão deterioradas. Melbourne vista do alto parece uma floresta pois e toda arborizada e só tem casa de ate 2 andares.Antes de se instalar qualquer empreendimento imobiliário as empresas e a prefeitura preparam toda a estrutura viária e hídrica da região. Simples assim ! Podemos conviver em perfeita harmonia com a natureza se usarmos nossa melhor arma : a inteligência.Climene
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